Mesmo o mundo digitalmente expandido de namoro moderno de hoje não tem nada do mundo antigo. Centenas de milhares de anos atrás, havia aproximadamente quatro espécies de hominídeos antigos fornicando com seus contemporâneos. Tentem só imaginar a confusão. Graças a novos algoritmos de análise genética de dois genomas neandertais, um genoma denisovano e quatro genomas humanos modernos, os cientistas identificaram os vestígios dessa antiga cena de conexão livre, que vive dentro do nosso DNA. Isso inclui material de um misterioso ancestral "super arcaico". |
A análise, publicada na revista PLOS Genetics, revelou novas evidências de fluxo gênico entre essas espécies, confirmando ainda mais trabalhos anteriores que sugerem que eles se acasalaram. A equipe descobriu que 3% do genoma neandertal veio do cruzamento com humanos antigos. Eles estimam que essa mistura aconteceu entre 200.000 e 300.000 anos atrás, muito antes do que as estimativas anteriores indicavam.
Eles também descobriram que 1% do genoma denisovano continha material genético que veio de uma fonte inesperada: um antepassado humano arcaico que não era humano, nem neandertal, nem denisovano.
Os autores sugerem que 15% das regiões genéticas que vieram desse ancestral arcaico foram passadas para os humanos hoje, e existem algumas teorias sobre de quem ela veio e como foi incorporada ao nosso código genético.
Mas quem é o ancestral humano "arcaico"? A equipe propõe que esse ancestral poderia ser o Homo Erectus, que foi provavelmente um dos primeiros ancestrais humanos a deixar a África, espalhando -se para áreas como a atual República da Geórgia, China e Indonésia. Eles se pareciam muito com nós hoje, mas com pernas alongadas e braços mais curtos. Eles também foram os mais duradouros de nossos ancestrais e duraram até 117.000 anos atrás, como sugere um fóssil encontrado em Java.
Escultura representativa de um Neandertal.
Este é o palpite parcialmente graças a uma proposta apresentada em um artigo de 2013 na Nature, que relatou o genoma completo de um neandertal das montanhas de Altai, na Mongólia. Nesse artigo, os autores também relatam que havia evidências de DNA "arcaico" nesse genoma neandertal, que eles sugerem que chegou lá através do acasalamento com denisovanos.
A análise genética da Nature também sugere que esse ancestral antigo se separou dos denisovanos entre 0,7 milhão e 1,3 milhão de anos atrás. Essa data da separação, segundo a equipe de estudo, também é compatível com a possibilidade de que esse hominídeo desconhecido fosse o que é conhecido no registro fóssil como Homo Erectus.
A análise genética apresentada neste artigo recente sugere que esse ancestral super antigo se separou da linhagem que eventualmente se tornaria os humanos modernos cerca de 1 milhão de anos atrás. Isso está dentro da janela proposta pelo artigo de 2013, sugerindo que esse DNA super arcaico vem do Homo Erectus.
No entanto, como ainda não temos um genoma sequenciado para esse hominídeo antigo em particular, esses resultados ainda são tênues.
Escultura representativa de um Denisovano.
Como esse DNA "super arcaico" chegou lá? Estudos anteriores indicam que certamente havia uma mistura entre humanos, neandertais e denisovanos. Os autores deste novo estudo observam que entre 1 e 3% do genoma humano em europeus e asiáticos do leste vem de neandertais. Outros estudos postulam que alguns humanos atuais -principalmente na Oceania- podem rastrear até 5% de seu DNA aos denisovanos.
E o DNA desse ancestral "super arcaico" não sequenciado? Descobrir como esse DNA entrou em humanos exigiu seguir trilhas genéticas relativamente finas, e a equipe observa que suas evidências não são tão poderosas quanto deveriam ser. No entanto, eles sugerem que vários eventos de mistura podem ter ajudado a sustentar a presença desse DNA super arcaico.
O modo mais óbvio de entrada teria sido através do acasalamento com denisovanos, que, como o artigo de 2013 indica, provavelmente se acasalou com humanos "super arcaicos". A equipe descobriu que 15% das regiões genéticas que vieram desse ancestral super arcaico se sobrepõem àquelas que chegaram aos indivíduos asiáticos e oceânicos modernos por meio dos denisovanos.
Foi proposto que denisovanos e humanos antigos acasalaram uns com os outros até 15.000 anos atrás, então essa é uma maneira direta de termos acabado com o DNA do Homo Erectus. Também é possível que o ancestral super antigo tenha acasalado diretamente com humanos, embora a evidência disso seja tão escassa que os autores sugerem que pode ter sido um sinal falso. Outros estudos, no entanto, sugeriram que os humanos se misturaram com ancestrais mais arcaicos.
Escultura representativa de um Homo Erectus.
Havia melhores evidências de um complicado triângulo amoroso de três espécies entre o ancestral arcaico, os neandertais, e os humanos. A equipe descobriu que 35% das regiões que se sobrepunham entre o ancestral super arcaico e os neandertais estavam presentes no genoma de um humano moderno da África. Isso sugere que o material foi passado do Homo Erectus para os neandertais e depois para os humanos.
O fato de que atualmente não há genoma sequenciado para o antigo hominídeo torna difícil determinar como a mistura aconteceu. Mas, neste momento, os autores sabem de uma coisa com certeza: pode ser razoável supor que a troca genética era provável sempre que dois grupos se sobrepunham no tempo e no espaço. Ou seja, se quaisquer duas espécies se encontrassem no mesmo lugar ao mesmo tempo, provavelmente estavam "nhanhando" entre si.
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