O método antigo que mantém as uvas do Afeganistão frescas durante todo o inverno

Os afegãos desenvolveram um método de preservação de alimentos, que usa recipientes de barro que é conhecido como kangina, séculos atrás no norte rural do Afeganistão. Graças à técnica, as pessoas em comunidades remotas que não podem comprar produtos importados podem desfrutar de frutas frescas nos meses de inverno. Mas mesmo em vilarejos perto da capital a tradição se mantém viva por um bom motivo: dificilmente alguém conseguiria manter as uvas frescas por quase meio ano com outro método. Apesar da longevidade de geração em geração da prática, ela mal foi documentada ou estudada.

Mas a lama rica em argila, cuja vedação impede a entrada de ar e umidade como um Tupperware ou um saco ziplock, protege a fruta do frio do inverno e funciona melhor para certos tipos de uvas. Geralmente, os agricultores que usam a kangina como armazenamento escolhem a uva Taifi, que tem casca mais grossa e é colhida no final da safra.

Com seu solo fértil e clima quente e seco no alto das montanhas Hindu Kush, o Afeganistão é rico em variedade de frutas. Pelo menos 1,5 milhão de toneladas são produzidas a cada ano, segundo o Ministério da Agricultura, Irrigação e Pecuária, mas apenas um terço é exportado, e frutas frescas são servidas junto com a maioria das refeições.

O sul produz a maioria das romãs e melões do país, enquanto a vila de Ahmadi no Afeganistão central abriga macieiras e cerejeiras, damascos e vinhedos. A área é especialmente famosa por suas uvas.

A cada temporada, quando os campos verdejantes ficam vermelhos e amarelos, donos de quitandas compra quilos e mais de uvas. Cerca de metade eles vendem frescos; a outra metade é preservada usando kangina para revender com maior lucro meses depois. Eles usam a lama misturada com palha e água para formar a tigelas.

Depois de colocar as tigelas ao sol por cerca de cinco horas, eles colocam as uvas nas tigelas secas, que são seladas com mais lama e armazenadas em um canto seco e fresco durante o inverno. A maioria das famílias da aldeia faz o mesmo, em um processo que leva até 20 dias. As uvas que não são preservadas são comidas ou secas e transformadas em passas.