Quando "Education of Little Tree" foi publicado em 1976, foi um sucesso devido ao seu tom romântico e a mensagem de amor a natureza. O livro supostamente era autobiografia de Forrest "Little Tree" Tucker. Nele, Forrest descreve sua infância crescendo na zona rural do Tennessee durante a Grande Depressão. Forrest foi criado por seus avós, que tinham herança Cherokee e lhe ensinaram os caminhos do "povo da montanha", que estavam em desacordo com o mundo mais "civilizado". Acima de tudo, pregava uma mensagem de respeito a todas as pessoas, independentemente de sua raça. |
O livro foi publicado com pouca fanfarra e vendas modestas, mas no final dos anos 1980, a Universidade do Novo México o reeditou em brochura e as vendas explodiram. Em 1991, alcançou o topo da lista de best-sellers de não-ficção do New York Times. Foi vendido em todo o mundo e elogiado por Oprah Winfrey.
"Education of Little Tree" vendeu mais de 1 milhão de cópias. Mas o livro e seu autor não eram o que pareciam. O autor não praticava exatamente o que pregava e também não se chamava Forrest Tucker. O verdadeiro nome do autor era Asa Earl Carter.
Não apenas os eventos do livro eram completamente fictícios, mas três décadas antes, no Alabama, Asa Earl Carter era um organizador da Ku Klux Klan, um segregacionista raivoso e apresentador de talk-show que expunha os perigos da integração. Em 1963, ele redigiu um discurso inaugural para o governador do Alabama, o segregacionista George Wallace, que se tornaria um dos discursos mais notórios da era dos direitos civis.
- "Em nome das maiores pessoas que já pisaram nesta terra, eu traço a linha na poeira e lanço a luva aos pés da tirania, e digo segregação agora, segregação amanhã, segregação para sempre!", disse George.
Carter também era um ex-membro da Ku Klux Klan que havia trabalhado como redator de discursos para o político segregacionista George Wallace. Foi Carter quem escreveu um rascunho do infame discurso de George proferido em 14 de Janeiro de 1963: "Segregação agora, segregação para sempre!"
A maioria das pessoas que amou o livro não poderia imaginar que um ex-Klan, racista e antissemita, poderia ter escrito "Education of Little Tree". Mas a genialidade do livro é que as pessoas tiraram o que queriam dele. Por um lado, as palavras Cherokee que Forrest Carter usou no livro de memórias não eram Cherokee, elas eram apenas inventadas.
Carter faleceu em 1979, anos antes de sua fraude ser finalmente exposta pelo New York Times em 1991. Ser exposto como uma fraude também não prejudicou o livro. Foi reclassificado como ficção, continua fazendo sucesso e até foi adaptado em um filme homônimo de Hollywood, em 1997, com classificação 7.1 no IMDb e que no Brasil recebeu o nome de "A Educação da Pequena Árvore".
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