A Abadia de Admont na Áustria tem uma das bibliotecas mais bonitas do mundo

Uma das frases mais benquistas das pessoas viciadas em leitura e muito manifestada nas redes sociais, geralmente sem a fonte, é uma citação do escritor argentino Jorge Luis Borges em relação as bibliotecas: - "Sempre imaginei o paraíso como um tipo de biblioteca!" Pois, ao que parece, o "paraíso de Borges" pode ser encontrado precisamente no espaço que analisamos neste artigo. Trata-se da biblioteca da Abadia de Admont, na Áustria, que é ao mesmo tempo o mais antigo mosteiro da região, fundado em 1074 e concluído em sua forma atual em 1776, pertencente à ordem dos monges beneditinos.

Ao longo de toda a sua existência, a ordem teve tempo suficiente para preservar, entre outros tesouros, três deles inestimáveis: livros, arte e arquitetura. E é a combinação dessa tríade que oferece um espetáculo surpreendente, comovente e quase inacreditável.

De acordo com alguns dados disponíveis, a biblioteca da Abadia de Admont contém a maior biblioteca monástica do mundo, bem como uma coleção científica de longa data, composta por mais de 200 mil volumes, 1.400 manuscritos que datam do século VIII e 530 livros impressos antes do ano 1500.

Além disso, como podemos ver nos vídeos que acompanham este post, a biblioteca, conhecida por sua arquitetura barroca, é adornada com notáveis obras de arte, incluindo afrescos do pintor barroco austríaco Bartolomeu Altomonte e esculturas em madeira de seu compatriota Josef Stammel.

O salão da biblioteca tem 70 metros de comprimento, 14 metros de largura e 13 metros de altura, e é a maior biblioteca de mosteiro do mundo. O teto é composto por sete cúpulas, decoradas com afrescos de Bartolomeu que mostram as etapas do conhecimento humano até o ponto alto da Revelação Divina.

A luz é fornecida por 48 janelas e é refletida pelo esquema de cores original de ouro e branco. A arquitetura e o design expressam os ideais do Iluminismo, contra os quais as esculturas de Stammel de "As quatro últimas coisas" fazem um contraste marcante.

A localização da abadia nas fronteiras do montanhoso Parque Nacional Gesäuse -o nome Admont deriva da expressão latina "ad montes", que significa "nas montanhas" é de uma beleza cênica incomum.

Não é à toa que este lugar foi chamado de "a oitava maravilha do mundo".