A lula-voadora-gigante (Dosidicus gigas) também conhecida como lula-de-humboldt, é um predador canibal com longos tentáculos cobertos por até 200 ventosas, cada uma forrada com dentes afiados. Apesar de suas tendências canibais, a lula caça em cardumes de mais de mil indivíduos. Os pesquisadores descobriram que a lula desenvolveu uma linguagem complexa baseada em pigmentos tremeluzentes que são assustadoramente próximos da sintaxe humana. Além disso ela é o mais feroz de todos os cefalópodes, um grupo que compreende lulas, polvos e chocos. |
Quando o predador de um metro e meio de comprimento avista sua presa, ele ejeta uma explosão de água de um sifão, torpedeando a velocidades de até 30 km/h. Quando a presa está ao alcance, a lula a prende com dois longos tentáculos cobertos com até 200 ventosas, cada um forrado com dentes afiados, e a puxa de volta para um bico semelhante a um papagaio e um órgão semelhante a uma língua coberto com ainda mais dentes.
Suas presas consistem em pequenos peixes e crustáceos, mas também são notoriamente canibais, devorando seus companheiros lulas ao mero indício de fraqueza. Um estudo de 2010 analisou o conteúdo estomacal de mais de 2.000 lulas na costa do Chile. A tarefa provou ser assustadoramente complicada. Assim que uma lula era fisgada, as outras se apressavam e começavam a mastigá-la. Metade dos estômagos investigados pelos pesquisadores continham bicos de lulas gigantes.
Surpreendentemente, esses caçadores canibais são criaturas altamente sociais, viajando em escolas de até 1.200 indivíduos. Quando a escola caça, parece ser um frenesi de alimentação livre para todos.
Em 2020, no entanto, biólogos marinhos descobriram que lulas-de-humboldt são surpreendentemente coordenadas. Apesar de seu grande número, as lulas raramente se esbarravam ou competiam pela mesma presa. Os cientistas levantaram a hipótese de que os pigmentos tremeluzentes permitiam que a lula comunicasse rapidamente mensagens complexas, como quando estava se preparando para atacar e o que estava mirando.
Os pesquisadores observaram que a lula exibia 12 padrões de pigmentação distintos em uma variedade de sequências, semelhante à forma como os humanos organizam as palavras em uma frase. Por exemplo, a lula escureceu enquanto perseguia a presa e, em seguida, mudou para um padrão meio claro/meio escuro imediatamente antes de atacar. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que essas mudanças de pigmento em todo o corpo sinalizavam uma ação precisa, como "Estou prestes a atacar".
Mais interessante (ou preocupante), os pesquisadores também acreditam que a lula usa mudanças sutis de pigmento para fornecer mais contexto à ação. Por exemplo, às vezes elas exibiam listras pálidas ao longo do torso antes de escurecer, possivelmente denotando o tipo ou a localização da presa. Isso sugeriu que a lula pode organizar os padrões para modificar o significado de outros padrões, criando o que os humanos chamam de "sintaxe".
Infelizmente, os pesquisadores não tinham dados suficientes para descobrir o significado dessas dicas sutis, mas podem ser essenciais para a comunicação com nossos futuros senhores.
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