Kazunori Yamada administra um lago de pesque-pague chamado Tsuribori Honpo na cidade de Toki, na prefeitura de Gifu, Japão. Quando ele chegou às instalações na passada terça-feira de manhã para preparar o local para abrir para o dia, ele notou que alguém havia quebrado a janela embutida na porta dos fundos do prédio e invadido o escritório. Os assaltantes roubaram alguns milhares de ienes em dinheiro (equivalente a uns 500 reais), junto com o roteador WiFi do escritório e o disco rígido contendo os dados do sistema de câmeras de segurança digital. |
No que diz respeito aos roubos, pode-se dizer que Kazunori não perdeu muito, mas a perda de propriedade é insignificante em comparação com o dano emocional que Yamada, de 48 anos, sente pela perda de vidas que ocorreu, pois cerca de 3.000 peixes que estavam na lagoa morreram como resultado do arrombamento. Além de quebrar a janela traseira, os ladrões também cortaram a linha de energia do prédio, o que desativou a bomba de ar e o sistema de filtro da lagoa, e quando Yamada apareceu para trabalhar na manhã de terça-feira, os peixes haviam morrido.
- "Para mim, os peixes eram os funcionários da nossa empresa. Meus funcionários foram mortos", disse Kazunori, que chorou várias vezes ao descrever o incidente, como é possível ver no vídeo abaixo.
- "Durante cinco anos cuidamos dos peixes, os criamos, e agora tudo que posso dizer é que não sei o que fazer", disse Kazunori, com a garganta embargada de tristeza. - "O dinheiro que perdemos e os danos materiais, honestamente, não importam em comparação com [os peixes]. Dói tanto meu coração que eles foram mortos assim. Isto é tão errado."
Pode parecer surpreendente que o dono de um lago de pesca tenha tanta preocupação com o bem-estar do mesmo peixe que seu negócio incentiva a pescar. As lagoas de pesca cobertas no Japão são meio que únicas, pois nem sempre são exclusivamente estocadas com peixes destinados a serem comidos.
Tsuribori Honpo era o lar de peixes dourados, carpas e esturjões. Desses três, o esturjão é o único que é principalmente um peixe para comer no Japão. Peixes dourados nunca são comidos, então se você vê-los em instalações de pesca, geralmente é com a ideia de que um cliente levará para casa para manter como animal de estimação, e enquanto comer carpa koi não é inédito, elas são muito mais valorizados por sua aparência do que por seu gosto de barro, e a maioria dos japoneses prefere ter uma carpa em seu jardim do que em sua cozinha.
Mesmo que um peixe acabe em um prato de jantar, os valores culturais japoneses ainda sustentam que a vida do animal deve ser valorizada e tratada com respeito. Este é, afinal, um país onde se costuma dizer "itadakimasu", ou "aceito isso com gratidão", antes de cada refeição, não apenas como agradecimento a quem o preparou, mas também às plantas e animais cujas vidas estão prestes a nos alimentar.
O dano financeiro ao negócio também foi devastador. Kazunori disse ao Yahoo Japan que estima que o valor dos peixes seja de seis milhões de ienes (uns 227 mil reais). O momento também não poderia ser pior, chegando durante a temporada de férias de verão, quando crianças e famílias vão pescar e também após dois anos de tempos econômicos difíceis devido à pandemia. O negócio está atualmente fechado, e Kazunori diz que atualmente há poucas perspectivas de poder reabrir, embora comentaristas on-line simpáticos tenham discutido a possibilidade de criar uma campanha de financiamento coletivo para recuperar o pesque-pague.
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