Réttir, a contagem anual islandesa de ovelhas está longe de ser sonolenta

As ovelhas são essenciais para a Islândia: cerca de 800.000 vagam pelo país, mais que o dobro da população humana, e sustentam os habitantes da ilha há séculos. O melhor de tudo, elas vivem quase integralmente ao ar livre. Após o parto em maio, os agricultores soltam seus rebanhos para pastar nas exuberantes gramíneas e bagas do interior da Islândia. Em setembro, quando chega o outono boreal, em todo o país, agricultores e seus amigos e familiares se reúnem para separar as ovelhas e carneiros que passaram o verão pastando livremente.

Ao longo dos séculos, as pessoas deste país ártico sobreviveram apenas com as coisas úteis que receberam das ovelhas. A Islândia não seria habitável se não houvesse ovelhas no país.

A carne e a lã permitiram aos islandeses a sobreviver por muito tempo e continuam a fazê-lo, de fato são uma fonte perene de sobrevivência. Cada parte da ovelha é aproveitada.

Todo mês de setembro, durante séculos, os fazendeiros islandeses reuniram suas ovelhas em pitorescos pastos de verão.

A pé e em cima de fiéis cavalos islandeses, eles se juntam à família e amigos para participar de um evento centenário chamado réttir.

O ajuntamento anual de ovelhas é uma das tradições mais antigas do país. As centenas de milhares de ovelhas da Islândia passam a maior parte do ano vagando pelas colinas e vales sublimes do país, e cada uma precisa ser recolhida.

Os islandeses devem coletar as ovelhas e colocá-las em segurança antes do início do inverno, que consequentemente traz fortes nevascas no norte da Islândia.

Antes as ovelhas eram recolhidas poucos dias antes da chegada do inverno, mas, em 2012, o inverno chegou antes e um grande número de ovelhas se perdeu na neve.

Em muitas áreas, as pessoas não terminaram com o ajuntamento de ovelhas. As coisas saíram do controle quando grupos de busca foram enviados para procurar ovelhas que foram encontradas enterrados sob montes de neve. Para evitar essa situação infeliz, as ovelhas agora são coletadas antes do inverno.

Durante o réttir, ondas das criaturas lanosas caem em cascata pelas encostas das montanhas, ladeadas por cavaleiros e pedestres.

Elas são então colocados em currais circulares, chamados réttir -daí o nome-, com baias radiais, onde os agricultores leem seus brincos identificadores para determinar quais ovelhas pertencem a qual agricultor.

Uma vez que os fazendeiros tenham coletado todo o seu rebanho, eles decidem quais animais tosquiar para obter lã e quais matar para obter carne.

Embora o réttir tenha uma atmosfera festiva que atrai um número crescente de turistas, continua sendo um trabalho árduo. Recolher as ovelhas requer atravessar terrenos úmidos desafiadores e períodos de tempo frio e nublado.

Os participantes passam horas na sela -por um dia ou vários- e percorrendo colinas em ziguezagues sob o luar. É comum os participantes compartilharem um "trago" de brennivín para afastar o frio.

Esse trabalho compensa, no entanto, quando o evento é coroado com um réttaball, onde as comunidades se reúnem para uma noite de canto folclórico tradicional, dança, bebida e (claro) banquete com pratos de carneiro, como svið (cabeça de ovelha) e costeletas.

E depois que a festa termina, e à medida que o inverno se aproxima, os islandeses podem vestir suéteres de lã quentes e esperar ansiosamente pelo réttir do próximo ano.

Os turistas são bem-vindos para ajudar ou podem simplesmente assistir à distância e fazer fotos. Em muitos lugares, o brennivín é oferecido aos espectadores em rondas. Este é um sinal de amizade e camaradagem.