Segundo a lenda local, o templo do rato perto de Bikaner, no estado indiano do Rajastão, remonta ao ano de 1400, quando Karni Mata, uma encarnação da deusa Durga, pediu ao deus da morte Yoma para reencarnar o filho de um contador de histórias em luto. Quando a morte se recusou a ajudar, Karni Mata prometeu que todos os contadores de histórias -membros da casta Charan- seriam reencarnados como ratos em seu templo. Quando eles morrem como ratos, eles são mais uma vez reencarnados como membros da família Depavats, como são conhecidos os descendentes de Karni Mata. |
Enquanto as origens da adoração de ratos na Índia remontam ao século 15, o templo atual, com seus intrincados painéis de mármore e esculturas de prata maciça, foi construído no início de 1900 para homenagear Karni Mata e seus devotos peludos e reencarnados.
O templo tem cerca de 20.000 ratos em residência, que são alimentados por membros da extensa família Depavats: 513 famílias e devotos de Karni Mata.
Embora a maioria dos devotos do templo trabalhe no templo em turnos com base no ciclo lunar, algumas famílias vivem no templo permanentemente, cuidando dos ratos e varrendo o chão de excrementos e migalhas de comida.
Os ratos, conhecidos como "kabbas" ou "crianças pequenas", são alimentados com grãos, leite e cascas de coco em grandes tigelas de metal.
A água da qual os ratos bebem é considerada sagrada, e diz-se que comer as sobras dos ratos traz boa sorte para aqueles que fazem a peregrinação ao templo.
Os devotos têm outra razão para manter os ratos seguros e felizes: de acordo com as leis do templo, se um dos ratos for morto acidentalmente, ele deve ser substituído por um rato feito de prata ou ouro.
Mas há uma nota agridoce em todo o caso. Todos os alimentos doces, as brigas entre ratos e o grande número de animais que vivem no templo os tornam propensos a doenças.
Distúrbios estomacais e diabetes são extraordinariamente comuns entre os ratos, e a cada poucos anos uma epidemia de ratos dizima a população.
Felizmente, apesar dos perigos para os próprios ratos, não há casos registrados de humanos contraindo uma doença dos ratos do templo.
Sapatos não são permitidos no templo, e é considerado muito auspicioso que um rato passe por cima de seus pés. Também é sinal de boa sorte um visitante vislumbrar um rato albino, dos quais existem apenas quatro ou cinco em vinte mil.
Quem tiver medo de ratos ou tem piti quando vir um é melhor nem entrar ali, pois qualquer reação exagerada que possa provocar dano a um dos roedores pode render expulsão do templo, inclusive de forma violenta.
Para ver o templo em plena glória, os visitantes devem chegar tarde da noite ou antes do nascer do sol, quando os ratos estão com força total, coletando comida.
Lembre-se de que apenas os ratos dentro das paredes do templo são considerados reencarnados e, portanto, sagrados. Os ratos da cidade são apenas, bem, ratos.
Uma das melhores ocasiões para visitar o Templo é durante a Feira Karni Mata. Também conhecido como Festival Karni Mate Mela é realizado duas vezes por ano de março a abril, depois de setembro a outubro. Durante as celebrações, a estátua da deusa Karni Mata é lindamente decorada com uma coroa de ouro, joias e guirlandas.
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