A fossa (Cryptoprocta ferox) é o maior mamífero carnívoro da ilha de Madagascar e foi comparada a um pequeno puma, pois desenvolveu convergentemente muitas características semelhantes a gatos. De fato, sua classificação foi controversa porque seus traços físicos se assemelham aos dos felinos, mas outros traços sugerem uma relação próxima com os viverrídeos (civetas). No entanto ele acabou sendo classificado no próprio gênero Cryptoprocta, com uma única espécie. Um parente maior da espécie, Cryptoprocta spelea, provavelmente foi extinto antes de 1400. |
Com corpos esbeltos, membros musculosos e pelagem curta, marrom-avermelhada, elas parecem um cruzamento entre um gato, um cachorro e um mangusto. Têm cabeças pequenas, semelhantes a gatos, focinhos curtos semelhantes a cães e orelhas grandes e arredondadas.
Seu nome científico significa "ânus oculto". O nome do gênero da fossa, Cryptoprocta, é inspirado em como seu ânus é escondido por uma bolsa anal. Vem do grego para oculto (cripto) e ânus (procta). O nome da espécie da fossa, ferox, refere-se à sua reputação exagerada de ferocidade parecida ao do mangusto.
Fossas são o principal predador em Madagascar. Caçam tanto de dia e noite, e podem capturar presas tanto no solo quanto nas árvores pois tem tornozelos flexíveis que permitem subir e descer das árvores de cabeça, e também suportam saltos de árvore em árvore. Os lêmures compõem uma boa parte de suas dietas, mas também comem pequenos mamíferos, peixes, lagartos, pássaros, sapos e insetos.
Sua classificação, como falávamos, foi complicada. A fossa tem características em comum com três famílias diferentes de carnívoros: Herpestidae (mangustos), Viverridae (civetas) e Felidae (gatos). Estudos moleculares recentes colocaram a fossa na família Eupleridae, um grupo que consiste em carnívoros malgaxes. Acredita-se que os membros desta família descendem de ancestrais parecidos com mangustos que colonizaram Madagascar cerca de 20 milhões de anos atrás.
Fossas são principalmente solitárias. Com exceção de mães com casais jovens e breves durante a época de reprodução, as fossas são animais solitários. Elas patrulham e defendem territórios de até quatro quilômetros quadrados.
Uma exceção foi registrada em 2009, quando cientistas observaram três fossas machos caçando cooperativamente uma sifaka por 45 minutos. Depois de pegarem a presa, eles a compartilharam. Os cientistas acreditam que esse comportamento pode ser um vestígio da caça cooperativa que teria sido necessária para derrubar lêmures maiores que existiam no passado em Madagascar.
As fossas se comunicam principalmente por meio de glândulas odoríferas. Tanto os machos quanto as fêmeas ocupam territórios que eles marcam com secreções de glândulas em seus peitos e sob a base de suas caudas. As fossas marcam rochas, árvores e o solo para se comunicar e acompanhar umas às outras. Suas glândulas também liberam um cheiro pungente quando o animal está irritado ou assustado.
Eles também fazem vários tipos de sons. Fossas vocalizam principalmente durante a época de reprodução. As fêmeas miam para atrair os machos, e os machos suspiram quando encontram uma fêmea receptiva e uivam quando competem por seus afetos.
São escaladores ágeis. A cauda longa e esbelta da fossa fornece equilíbrio à medida que se move pelas árvores, e suas garras semi-retráteis e tornozelos flexíveis permitem que ela suba e desça de cabeça nas árvores. A fossa caminha com os pés chatos nas solas dos pés, como um urso, em um método de locomoção conhecido como "plantígrado". Isso lhes dá equilíbrio e estabilidade extras ao pular de galho em galho.
Fossas gostam de florestas e estão espalhadas por todas as áreas florestais de Madasgascar, embora suas densidades populacionais sejam geralmente baixas. Elas podem ser encontrados em altitudes acima de 2.000 metros.
As fêmeas são temporariamente masculinas, quando passa por um estranho estágio de desenvolvimento durante a adolescência conhecido como masculinização transitória, exclusiva das fossas. Ela desenvolve um clitóris aumentado e espetado que se assemelha ao pênis do macho e secreta uma substância laranja em sua barriga, que geralmente é vista apenas em machos maduros.
As fêmeas adultas não possuem essas características. Não está claro para que serve essa masculinização transitória, mas os cientistas supõem que ela protege as fêmeas juvenis de assédio por machos adultos ou agressão de fêmeas territoriais.
As fossas têm um sistema de acasalamento incomum. Uma fêmea receptiva ocupa um local no alto de uma árvore, abaixo do qual os machos se reúnem e competem pelos direitos de acasalamento. Ela pode optar por acasalar com vários de seus pretendentes durante a próxima semana, e os ataques de cópula podem durar várias horas.
Este longo acasalamento é em parte devido às espinhas apontando para trás no pênis do macho -que também tem um longo báculo-, o que resulta em um laço copulatório que é difícil de quebrar. Uma vez que a primeira fêmea tenha saído, uma nova fêmea assumirá o local de acasalamento. As mesmas árvores são frequentemente usadas ano após ano. Esse sistema de acasalamento, no qual uma fêmea monopoliza um local e escolhe seus parceiros, parece ser único entre os carnívoros.
A fossa está listada como uma espécie vulnerável na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. É geralmente temida pelo povo malgaxe e muitas vezes é protegida por seu tabu. A maior ameaça à fossa é a destruição do habitat.
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