Dragão-marinho-folhado, os incríveis dragões da vida real

O nome do dragão-marinho-folhado (Phycodurus eques) é derivado de sua semelhança com outra criatura, neste caso, o dragão mítico, por causa das longas saliências em forma de folhas provenientes de todo o seu corpo. Saliências essas que não são usadas para propulsão; servem apenas como camuflagem. Único membro do seu gênero, faz parte da família de peixes marinhos singnatídeos, que inclui os dragões-marinhos, peixes-cachimbo e cavalos-marinhos. Ele só é encontrado ao longo das costas sul e oeste da Austrália.

O dragão-marinho-folhado se impulsiona por meio de uma barbatana peitoral na crista do pescoço e uma barbatana dorsal nas costas mais perto da extremidade da cauda. Essas pequenas barbatanas são quase completamente transparentes e difíceis de ver, pois ondulam minuciosamente para mover a criatura tranquilamente pela água, completando a ilusão de que ele é uma alga marinha flutuante.

Ele também pode mudar de cor para se misturar, mas essa habilidade depende da dieta, idade, localização e nível de estresse do dragão-marinho.

O dragão-marinho-folhado é encontrado apenas nas águas do sul da Austrália, do Promontório de Wilson em Victoria, no extremo leste de sua faixa, a oeste da baía de Jurien Bay, 220 km ao norte de Perth, na Austrália Ocidental.

Antigamente os biólogos marinhos pensavam que os indivíduos tinham alcances muito restritos; mas pesquisas posteriores descobriram que os dragões-marinhos realmente viajam várias centenas de metros de seus locais habituais, retornando ao mesmo local usando um forte senso de direção.

Eles são encontrados principalmente sobre manchas de areia em águas de até 50 metros de profundidade, em torno de rochas cobertas de algas e aglomerados de ervas marinhas onde podem se camuflar mais facilmente. Eles são comumente avistados por mergulhadores perto de Adelaide no sul da Austrália, especialmente na baía Rapid.

Os dragões-marinhos-folhados geralmente vivem um estilo de vida solitário. Quando chega a hora, os machos cortejam as fêmeas, então acasalam para procriar. Assim como acontece com os cavalos-marinhos, são os machos da espécie que "ficam grávidos" e carregam os ovos presos na parte inferior da cauda durante a gestação.

Após aproximadamente 9 semanas, os ovos começam a chocar e o dragão-marinho-folhado bombeia a cauda até o filhote emergir. Todo o processo ocorre entre 24 e 48 horas.

A partir do momento em que eclodem, os dragões-marinhos-folhados são completamente independentes. Cada alevino recém-nascido começa a vida com um pequeno saco vitelino anexado externamente. Este saco fornece-lhes sustento para os primeiros dias de vida.

Apesar dessa fonte de nutrição inicial, a maioria dos alevinos aprenderá instintivamente a caçar e capturar presas após a eclosão e se tornará autossuficiente antes que o saco desapareça. Aos dois anos de idade, eles geralmente estão crescidos e prontos para se reproduzir.

Os dragões-marinhos-folhados estão sujeitos a muitas ameaças, tanto naturais quanto feitas pelo homem. Eles são capturados por colecionadores e usados na medicina alternativa (chinesa de novo). Eles são vulneráveis quando nascem, e são nadadores lentos, reduzindo sua chance de escapar de um predador.

A espécie tornou-se ameaçada pela poluição e escoamento industrial, bem como pela coleta para o comércio de aquários. Em resposta a esses perigos, a espécie foi totalmente protegida na Austrália Meridional desde 1987, Victoria desde pelo menos 1995 e Austrália Ocidental desde 1991. Além disso, a listagem da espécie na Lei de Proteção Ambiental e Conservação da Biodiversidade de 1999 do governo australiano significa que o bem-estar da espécie deve ser considerado como parte de qualquer projeto de desenvolvimento.