Quando um homem e uma mulher se amam muito... eles vão lá e fazem seus "negócios". Mas o que acontece quando ambos os indivíduos têm pênis e também ovários? En garde! Muitos animais usam o pênis para amar, mas os platelmintos também usam o deles para lutar. Como muitos organismos com falos intrigantes, platelmintos marinhos que se envolvem em brigas de pênis são hermafroditas, apenas um exemplo que mostra como um sistema binário de sexo falha em levar em conta o alcance, a fluidez e a diversidade de muitos organismos. |
Como são hermafroditas, possuem estruturas reprodutivas masculinas e femininas. E no acasalamento, há uma grande vantagem em ser o macho. Assim os platelmintos lutarão por essa vantagem, literalmente, em um processo chamado "esgrima de pênis".
Algumas espécies de platelmintos se envolvem nesse duelo para ver quem consegue inseminar o outro. Seus pênis de duas cabeças se assemelham a pequenas espadas, e as batalhas podem durar até uma hora enquanto eles se revezam tentando um "espirocar" o outro.
O vencedor será aquele que conseguir perfurar a carne do outro verme para depositar seu esperma, algo que os biólogos marinhos chamam de "inseminação traumática".
Acontece que o parto requer um investimento parental considerável em tempo e energia e, de acordo com o princípio de Bateman, quase sempre sobrecarrega a "mãe". Assim, a partir de um modelo de otimização, geralmente é preferível que um organismo insemine (pai) do que seja inseminado (mãe).
Comumente, muitas espécies hermafroditas inseminam-se mutuamente, ou trocam esperma, em vez de competir. O verme-tigre, Maritigrella crozieri, por exemplo, transfere esperma bilateralmente. Em muitas espécies que praticam inseminação bilateral, a troca de esperma é condicional.
No entanto, se um parceiro "trapacear" e tentar evitar a transferência de esperma para não engravidar, o outro abandonará o acasalamento consensual evitando ser inseminado prematuramente também. Muito provavelmente você já sabe onde isso vai acabar: os platelmintos acabam trocando "pintada" à força até um perfurar o outro.
Algumas poucas espécies alternam qual parceiro transfere o esperma, mas, de qualquer forma, envolvendo-se em várias lutas de "esgrima de pinto" com o mesmo parceiro ao longo do tempo.
Que um bicho tenha os dois sexos ao mesmo tempo nem sempre implica que o organismo possa se auto-fecundar, já que a própria evolução pode ter gerado mecanismos para evitar uma auto-fecundação que não permitiria a troca de material genético. Por si só a seleção sexual permite trocar material genético, aumentando a variabilidade. E mais variabilidade implica mais possibilidades de adaptação ao meio ou uma melhor preparação para competir por seus recursos. Mas, curiosamente, alguns vermes planários, como o Neobenedenia melleni, na ausência de parceiros potenciais, são capazes de se reproduzir por auto-inseminação.
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