Trem japonês abandonou o combustível convencional e agora funciona com restos de caldo de rāmen

O Japão é um destino de lista de desejos para muitos entusiastas de trem. A ferrovia Amaterasu é um pequeno trem turístico que leva os visitantes em um passeio de 30 minutos e mostra alguns belos pontos turísticos da província de Miyazaki -um destaque inclui a ponte ferroviária mais alta do Japão, com 100 metros de altura-. O trem em si, no entanto, tem alguns elementos peculiares que o tornam uma visão adorável por si só, desde o teto aberto e os vagões cor-de-rosa até o fato de que os condutores sopram bolhas ao longo do passeio.

Agora, ele adicionou um recurso ainda mais interessante. Ela abandonou o combustível comum para funcionar com um tipo específico de biodiesel feito, entre outras iguarias, de restos de caldo de rāmen. Deixa um aroma delicioso no ar e prejudica menos as paisagens montanhosas e os arrozais por onde passa.

O biodiesel refere-se ao combustível para motores a diesel feito de óleo vegetal ou gordura animal e oferece uma alternativa aos combustíveis fósseis. Em regiões dos Estados Unidos e Europa, o biodiesel tem sido produzido com óleo vegetal de colza, canola ou soja, enquanto a indústria japonesa evita competir com produtores de alimentos por recursos e se volta para resíduos de óleo de cozinha ou mesmo restos de comida.

Para a mudança, a Amaterasu fez parceria com a Nishida Logistics, uma empresa de transporte da província vizinha de Fukuoka que foi pioneira em alguns tipos de biodiesel para sua frota de caminhões. Quanto ao biodiesel que é utilizado por este trem, 90% provém do óleo de tempura e outros óleos de cozinha, enquanto 10% é do caldo tonkotsu rāmen.

Seus recursos vêm de restaurantes locais. Para transformar esse caldo gorduroso em biodiesel, a empresa separa a banha da sobra da sopa de ossos de porco e a refina por meio de um método especial que evita o endurecimento. A única desvantagem desse biodiesel é que ele só pode ser armazenado por alguns meses, no máximo, antes que a oxidação comece a adulterar sua eficiência.

Os primeiros testes aconteceram em julho passado. O biodiesel foi capaz de movimentar o trem, que comportava dois vagões e pesava até 60 passageiros, sem problemas, mesmo em um trecho de subida. Embora seja necessária a substituição regular do filtro de combustível, diz-se que o custo é quase o mesmo do combustível convencional. Além disso, o cheiro delicioso deixado pelo biodiesel queimado faz com que os visitantes perguntem aos maquinistas se há algum restaurante por perto.