Quando você olha para um grilo-toupeira de perto, há algo nele que simplesmente não parece certo. Parece que a mãe-natureza chegou ao meio da construção de um animal, ficou mal-humorada, esqueceu o que estava fazendo e enfiou metade de outro animal na outra extremidade e encerrou o dia. Como o ornitorrinco infinitamente fascinante -que parece um conglomerado de cerca de cinco animais diferentes- o grilo-toupeira tem uma série de características bizarras que o tornaram uma força absoluta a ser reconhecida em todo o mundo. |
Na frente, parece uma toupeira, com seus olhos escuros e redondos e aqueles membros anteriores em forma de pá equipados com poderosas garras negras. Na parte de trás, parece um grilo, com pequenas e fofas asas de fada e um longo corpo em forma de charuto.
Os grilos-toupeira estão relacionados com gafanhotos e grilos comuns, mas formam sua própria família Gryllotalpidae. Esses insetos se tornaram tão bem-sucedidos que se espalharam por todos os continentes da Terra, exceto a Antártida.
O Brasil abriga várias espécies de grilo-toupeira, incluindo o invasivo grilo-toupeira africano (Gryllotalpa africana). No nosso país ele é mais conhecido como paquinha, paquinha-de-jardim, cachorrinho-da-terra, frade, bicho-terra, entre vários outros nomes.
Na Austrália eles se converteram em uma grande praga para pequenos agricultores, aliás, qual bicho não consegue causar danos ao frágil ecossistema australiano? Com efeito, nos países onde é abundante é considerado uma praga por danificar cereais, leguminosas, gramíneas perenes, batata, hortaliças, beterraba, girassol, e sobretudo morango. Mas no Brasil as infestações destes insetos não são tão frequentes.
No entanto, temos nossa própria espécie nativa de grilo-toupeira o Gryllotalpa Leach, encontrada tanto na Amazônia como nos estados do sul.
A princípio as paquinhas parecem um pouco intimidadoras, podem alcançar até 5 centímetros de comprimento, e você pode ser perdoado por pensar que esses apêndices finos e parecidos com caudas são ferrões. Mas esses são cercos -segmentos traseiros de muitos artrópodes- e são inofensivos.
Na verdade, os grilos-toupeira mal podem te machucar, eles não são venenosos e só vão te morder se você realmente provocá-los, por exemplo, pegando-os e prendendo-os na sua mão. Com efeito, no interior muitas crianças brincam com ele.
Os grilos-toupeira fogem mais do que lutam: eles passam a maior parte de suas vidas no subsolo e são ativos apenas à noite, e apenas algumas espécies são predadoras. Alguns são tão passivos que optaram por um estilo de vida vegetariano, alimentando-se principalmente de raízes para obter seus nutrientes.
E se você quer se sentir realmente mal pelo grilo-toupeira, deixe-me apresentá-lo à formiga-azul (Diamma bicolor), mostrada na foto acima, que apesar do nome é uma vespa parasita grande e solitária que caça exclusivamente grilos-toupeira.
As formigas-azuis injetam veneno paralisante nos grilos-toupeira, põem seus ovos neles e seus filhotes eclodem e se alimentam de suas entranhas para crescerem fortes. Não é de admirar que os grilos-toupeira saiam e se escondam no subsolo.
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