Se há uma coisa em que humanos e peixes concordam é que o peixe-comedor-de-língua é um pesadelo. Os parasitas já são ruins o suficiente, mas um que se liga a várias partes do rosto é simplesmente assustador. O também conhecido como piolho-comedor-de-língua pertence a ordem de isópodes que constituem um grande grupo de crustáceos que podem viver no mar, na água doce ou na terra. Muitas espécies se alimentam de plantas mortas ou em decomposição e matéria animal, e algumas são filtradores, vivendo de pedaços microscópicos de plantas e outros nutrientes flutuando na água. |
Alguns, como nosso amigo dentro da boca do peixe-palhaço (cima), são parasitas externos, o que significa que eles se ligam ao corpo de um hospedeiro -na maioria das vezes um peixe-, em vez de infectar os hospedeiros internamente, como um ancilostomídeo -nematoides parasitas de intestino-, por exemplo.
O peixe-comedor-de-língua ficou bem conhecido da internet quando uma imagem de três peixes-palhaço, cada um com um isópode parasita visível em sua boca, foi selecionada na categoria subaquática da competição Fotógrafo de Vida Selvagem de 2017 do Museu de História Natural de Londres. Enquanto mergulhava no Estreito de Lembeh em Sulawesi, na Indonésia, o fotógrafo Qing Lin notou algo estranho sobre este grupo de coabitação em particular e fez o registro.
O mais famoso piolho-comedor-de-língua é a espécie Cymothoa exigua, encontrada em partes da América do Norte e do Sul. É notório por sua capacidade de se prender à base da língua do peixe, cortar os vasos sanguíneos e sugar o sangue até que a língua caia, depois se posicionar no lugar da língua agarrando-se ao toco restante. É algo macabro e, como é possível ver, fornece ao cimotídeo uma casa incrível.
O comportamento não apenas fornece ao piolho-comedor-de-língua um lar seguro e protegido -uma mercadoria rara em qualquer ambiente oceânico- como também permite que o isópode consuma tanto sangue e muco do próprio peixe quanto precisar.
É engenhoso, especialmente considerando que o peixe é capaz de usar o parasita como uma língua normal e, aparentemente, o parasita não causa nenhum outro mal ao peixe hospedeiro.
Ainda que o Cymothoa exigua seja a espécie mais conhecida de piolho-comedor-de-língua, existem muitos mais. Eles podem ser membros de cerca de oito gêneros de cimotóides que se fixam na boca.
Existem aproximadamente 100 espécies de cimotóides que se prendem à boca encontradas em todo o mundo, muitos peixes ficarão tristes em saber, inclusive em águas brasileiras.
Na costa do Rio Grande do Norte é possível encontrar um cimotóide brasileiro pouco conhecido, Cymothoa spinipalpa, parasitando a pobre guaivira ou pamparrona, peixe da família dos carangídeos.
Os isópodes parasitas não têm como alvo apenas as línguas, de fato, eles quase sempre agem em casal, com a fêmea substituindo a língua e o macho as guelras. Alguns também têm como alvo também as bochechas.
Acredita-se que o Cymothoa exigua não seja prejudicial aos seres humanos, exceto que pode morder se, separado de seu hospedeiro, for manuseado. Em Porto Rico, o piolho-comedor-de-língua foi o principal alvo de um processo contra uma grande rede de supermercados.
O cliente do famoso processo alegou ter sido envenenado ao comer um isópode cozido dentro de um pargo. O caso, no entanto, foi arquivado com base no fato de que os isópodes não são venenosos para os humanos e alguns são até consumidos como parte de uma dieta regular.
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