Susu, a tigresa, se conecta com a natureza pela primeira vez em 15 anos

Susu, a tigresa de Bengala, viveu em uma jaula imunda na Tailândia durante seus 15 anos, onde fazia parte de um número de circo e posava para fotos turísticas no Zoológico de Phuket acorrentada a uma pequena corrente para não alcançar os turistas. O infame zoológico sempre esteve no radar do mundo por atender aos turistas às custas de seus elefantes, macacos, grandes felinos e crocodilos. Denúncias dão conta que o zoo droga seus animais para que fiquem mansos na presença de turistas. O zoo não está envolvido com nenhum esforço de conservação e também não é credenciado pela Associação de Zoológicos do Sudeste Asiático.

Susu no Centro de Resgate de Tigres.

São recorrentes as notícias de que gorilas, macacos, elefantes, crocodilos, entre outros muitos animais, morreram no recinto do zoo por abusos, acidentes, doentes ou de fome.

Foi nessa conjuntura que, em junho de 2022, Susu foi resgatada do zoológico pela Fundação de Amigos da Vida Selvagem da Tailândia, junto a outros dez tigres e dois ursos, depois que o zoológico fechou devido à crise turística da covid-19.

Susu no antigo Zoo.

A falta de turistas mergulhou o zoológico em problemas financeiros e o obrigou a fechar no final de 2021, mas vários animais foram deixados para trás sem os devidos cuidados.

Embora Susu jamais possa sobreviver ao seu meio selvagem para ser introduzida na natureza, ela agora tem uma casa no Centro de Resgate de Tigres, na província central de Petchaburi, onde ela pode percorrer 69 mil metros quadrados de mata nativa em sua aposentadoria, junto com outros tigres resgatados.

Assistir Susu explorar sua nova casa e deitar na grama com a tigresa Mena é reconfortante. Os cuidadores do Centro de Resgate dizem que ela se recusou a voltar para seu recinto noturno nos primeiros dias.

A Fundação de Amigos da Vida Selvagem da Tailândia é um dos maiores santuários de animais do Sudeste Asiático e depende quase que exclusivamente de doações para cuidar de mais de 700 animais. O santuário resgata e reabilita animais selvagens cativos e oferece um lar definitivo para aqueles que não podem ser devolvidos com segurança à natureza.

A instituição também se concentra em aumentar a conscientização sobre a conservação da vida selvagem e a exploração animal, educando turistas e comunidades locais sobre as questões urgentes que os animais enfrentam hoje.