O baiacu-cara-de-cachorro é o cãozinho do mar

Se você não gostar deste doce peixe-balão, com seus grandes olhos redondos e focinho esquisito, você deve ser uma pessoa que gosta de gatos. O baiacu-cara-de-cão (Arothron nigropunctatus), também conhecido como peixe-balão-de-pintas-pretas ou baiacu-de-pintas-pretas, é uma espécie inflável sem escamas encontrada nas águas tropicais dos oceanos Índico e Pacífico. E não se deixe enganar por aqueles olhos de cachorrinho, porque este baiacu contém uma toxina que é 1.200 vezes mais venenosa que o cianeto, a tetrodontoxina, uma potente neurotoxina que bloqueia os potenciais de ação nos nervos.

Pertencente à família de tetraodontídeos, que inclui uma variedade de espécies conhecidas como baiacus, bombinhas, peixes-sapo e pombos-do-mar, o baiacu-cara-de-cachorro é um dos mais legais.

A variação de cores de seu corpo já levou esse baiacu a ser considerado de espécies diferentes, mas após análises de DNA todos eles foram reunidos no gênero Arothron.

O baiacu-cara-de-cão pode ser cinza, marrom claro, azulado, azulado escuro, amarelo brilhante, amarelo alaranjado e também às vezes bicolor como azulado e amarelo. A pele é salpicada de manchas escuras que variam em tamanho e forma.

Muitas vezes, ostenta uma sombra escura peculiar ao redor da boca e dos olhos, fazendo com que pareça um filhote subaquático com manchas no rosto e um nariz preto e úmido.

Ele também tem o que mais parecem narinas do que brânquias, e com duas camadas de pele grossa e áspera, que são tão elásticas, que ele pode inflar várias vezes seu tamanho normal para afastar os predadores.

Todo o sistema é meio bizarro: a camada interna é plissada como um kilt escocês. Quando o peixe infla, a pele se estende e endurece. Quando esvazia, as pregas voltam a um estado solto. Sem uma segunda camada de pele para cobri-lo, o baiacu-cara-de-cachorro pareceria uma uva-passa nadando, com a pele pendurada causando sério arrasto enquanto nadasse.

Quase todas as espécies de baiacu produzem tetrodotoxina como uma camada extra de precaução contra predadores, se aquele corpo inflado e espinhoso não os expulsar primeiro. A tetrodotoxina não é apenas mortal para outras formas de vida marinha, sendo até 1.200 vezes mais venenosa que o cianeto, também pode ser mortal para os humanos, de fato, há toxina suficiente em um baiacu para matar 30 humanos, e ainda não encontramos um antídoto.