Para os moradores da cidade, pode parecer que os pombos se multiplicam magicamente: todas as aves que lançam caca sobre nós, ou fogem do caminho quando caminhamos, já estão crescidos. Como é que nunca vemos pintinhos de pombos em lado nenhum? Fique tranquilo, pombos bebês existem, e há um bom motivo para você não os estar vendo. Isso se deve em parte ao local onde os columbídeos nidificam: os pombos, monogâmicos por natureza, constroem seus ninhos em locais que imitam as cavernas e falésias que seus ancestrais usavam no Mediterrâneo. |
Via: Augustus Binu - Wikimedia/CC BY-SA 3.0
Brechas entre rochas costumam ser usadas para se empoleirar e reproduzirem, quando na natureza, mas nas cidades eles constroem seus ninhos em qualquer lugar que possam encontrar, qualquer abertura na cobertura de varandas, parapeitos, chaminés, calhas, fendas sob beirais e sob pontes, de preferência todos os lugares um tanto protegidos.
Qualquer fenda maior que 25 milímetros que permita o acesso às suas instalações é um potencial ponto de entrada para pombos. Eles preferem espaços no telhado e podem deslocar telhas soltas ou danificadas para obter acesso. Eles dificilmente nidificam no chão porque adultos, filhotes e seus ovos correm risco de serem vítimas de gatos selvagens e domésticos.
Via: MindStorm-inc/Getty Images
A outra razão pela qual os pombos raramente são vistos é o tempo que permanecem no ninho: cerca de um mês a seis semanas, até atingirem efetivamente o tamanho de um adulto. Os moradores da cidade geralmente pensam nos pombos como ratos do céu, mas acontece que as aves geralmente são bons pais.
Tanto machos quanto fêmeas se revezam no cuidado dos filhotes e os alimentam. Se um dos pais morre, fica mais difícil para o outro criar os filhos. Mas muitas vezes os jovens sobrevivem. Os filhotes de pombo sobrevivem com uma dieta de "leite-de-bucho" uma secreção formada por células epiteliais produzidas no estômago de seus pais, até que tenham idade suficiente para comer algum alimento sólido, quando os pais passam a regurgitar grãos.
Via: Christian Faulhammer - Wikimedia/CC BY-SA 3.0
Uma vez que um pombo deixa o ninho, ignora os seus progenitores, começa a alimentar-se pela primeira vez e junta-se a um bando, que é composto pelas mesmas aves dia após dia que circulam numa determinada área e que serão distintas de outras que perambulam a alguns quarteirões de distância.
Os pombos da cidade são bastante territoriais. Eles têm sua própria área onde ficam e se alguém os levar embora, voltam ao mesmo local, embora não tenham muita pressa em fazê-lo.
Via: Muhammad Mahdi Karim - Wikimedia/CC BY-SA 3.0
Muitas aves domésticas acabaram escapando ou foram liberadas ao longo dos anos, dando origem a uma espécie de pombo assilvestrado, que mostram uma diversidade de plumagens, embora alguns tenham o padrão azul barrado, como o pombo-comum. São encontrados em grande quantidade em áreas urbanas em todo o mundo. A escassez de espécies puramente selvagens é em parte devido ao cruzamento dos pombos assilvestrados com aves selvagens.
Atualmente são vistos como animais sinantrópicos. Não há nenhum predador nas grandes cidades para este animal e sua reprodução é rápida, o que gera uma população cada vez maior, um grave problema ambiental ao homem, já que os pombos podem abrigar uma fauna de parasitas diversificada. Por isso o contato com seus excrementos deve ser evitado por apresentar um risco menor de contrair histoplasmose, criptococose e psitacose, e a exposição prolongada a excrementos e penas pode induzir uma alergia conhecida como pulmão-do-criador-de-aves.
Provavelmente seja mesmo melhor não vermos pintinhos de pombos porque eles são bem feinhos. Quando os ovos eclodem eles nascem praticamente pelados com algumas poucas penugens cor-de-rosa e são meio transparentes, com a passagens dos dias eles começam a adquirir uma lanugem amarelada bem desgrenhada. Esta penugem vai dar lugar às penas também bastante esgrouvinhadas entre a segunda e terceira semana. Apenas no final de um mês eles apresentam a aparência que todos conhecemos.
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