As tarambolas-douradas (Pluvialis apricaria) podem ser bem óbvias quando estão se exibindo, perseguindo umas às outras pelos topos das colinas, cantando sua canção vibrante, mas quando têm ovos ou filhotes, eles se escondem. Eles são pequenos e, mesmo quando fogem, não parecem muito maiores do que um pequeno roedor, esgueirando-se pela grama em vez de voar para longe. Na maioria das vezes, eles ficam parados e observam as pessoas passarem, alheios à sua presença. Já as mães ficam alertas, chamando em alarme, difícil de não perceber ao cuidar de seus filhotes. |
Esta ave curiosa, a que a natureza concedeu o voo do corvo e a laringe do gato, tem o dom de encher os descampados e colinas onde nidifica com o grito estrídulo, rechinante, profundo, que lembra seu primo brasileiro escandaloso: o quero-quero. Ambos pertencem a família de charadrídeos e tanto um quanto o outro pode atacar humanos que se aproximem de seus filhotes.
A tarambola-dourada costuma ser mais ou menos reservada enquanto nidifica. Embora caminhem ou voem para longe do ninho piando alarmadas. Mas uma vez que seus filhotes nascem, as tarambolas ficam em alerta constante, emitindo pio alto e repetitivo sempre que um humano ou outro predador em potencial se aproxima.
Enquanto isso, seus filhotes ficam quietinhos sem mexer uma pena abaixados na grama ou no musgo, alheios a presença de pessoas ou predadores e isso tem um motivo: sua penugem maravilhosamente dourada imitando o musgo amarelo que está por baixo das plantas mais altas os tornam praticamente imperceptíveis.
Os filhotes de tarambola-dourada são alguns dos filhotes limícolas de cores mais bonitas, combinando perfeitamente com seus esconderijos nos altos planaltos musgosos da tundra ártica e outras áreas paleárticas.
A tarambola-dourada passa os verões na Islândia e, no folclore islandês, o aparecimento da primeira tarambola no país significa que a primavera chegou. A mídia islandesa sempre cobre o primeiro avistamento de tarambola, que em 2023 ocorreu em 27 de março.
Em 10 de novembro de 1951, Hugh Beaver, então diretor administrativo da Cervejaria Guinness, partiu para uma caçada em North Slob, Irlanda. Depois de errar um tiro em uma tarambola-dourada, ele se envolveu em uma discussão sobre qual era a ave de caça mais rápida da Europa, a tarambola-dourada ou a perdiz-vermelha. Naquela noite já em sua casa em Castlebridge, ele percebeu que era impossível confirmar em livros de referência se a tarambola-dourada era ou não a ave de caça mais rápida da Europa.
Hugh sabia que deveria haver inúmeras outras questões debatidas todas as noites em pubs por toda a Irlanda, mas não havia nenhum livro no mundo com o qual resolver discussões sobre recordes. Ele percebeu então que um livro que fornecesse as respostas para esse tipo de pergunta poderia ser popular.
Um funcionário da Guinness contou a Hugh sobre dois irmãos gêmeos, Norris e Ross McWhirter, que abriram uma agência de verificação de fatos em Londres. Ele entrevistou os irmãos e, impressionado com seu prodigioso conhecimento, encomendou o livro. Mais tarde, ele publicou o primeiro Livro Guinness dos Recordes, que se tornou um best-seller em poucos meses.
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