O Nepal concedeu um número recorde de licenças para escalar o Monte Everest nesta temporada, apesar das críticas sobre os engarrafamentos na chamada "zona da morte" nos últimos anos. Até agora, o Departamento de Turismo do Nepal aprovou 512 autorizações para a atual temporada de escalada, que vai de março ao começo de abril. Isso excede em muito as 409 licenças concedidas em 2021, quando o recorde anterior foi estabelecido. O Nepal é um dos países mais pobres do mundo, e a receita da escalada do Everest é uma parte importante de seu planejamento fiscal. |
De acordo com dados de preços da ExpedReview, o preço médio de uma expedição ao Monte Everest sem guias em 2023 é de mais de 73 mil reais, mas uma escalada solo é praticamente uma sentença de morte. Com guias xerpas, aclimatação e acomodações este valor se eleva até 294 mil reais, o que significa que cada temporada leva milhões para o país. Alguns temem, no entanto, que a dependência do Everest para obter receita possa sacrificar a segurança.
- "Os desafios com mais alpinistas na montanha serão potenciais engarrafamentos na rota de escalada, especialmente se as janelas de tempo forem poucas e distantes entre si", disse Garrett Madison, presidente da Companhia de Montanhismo Madison. - "Isso pode levar os alpinistas a ficarem sem oxigênio e enfrentarem exaustão/exposição na 'zona da morte'."
A "zona da morte" é uma seção da subida acima dos 8 mil metros, onde os níveis de oxigênio são tão baixos que as células do corpo começam a morrer e o raciocínio do alpinista é afetado.
Em 2019, pelo menos 11 alpinistas morreram tentando escalar o Monte Everest, e quase todos eles estavam na "zona da morte". Foi um dos anos mais mortais de todos os tempos no Everest.
Devido às dificuldades e perigos em trazer corpos para baixo, a maioria dos que morrem na montanha permanecem onde caíram. E como os corpos não são recolhidos a zona da morte parece um cemitério de corpos insepultos.
O diretor do conselho de turismo do Nepal, Yubaraj Khatiwada, no entanto, disse que o governo está pronto para as multidões e preparado para proteger os alpinistas. Ele disse que, pela primeira vez, o governo colocou uma equipe de médicos e funcionários no acampamento-base.
Mais de 330 pessoas morreram tentando alcançar o cume do Everest que, a 8.848,86 metros, é a montanha mais alta da Terra. A temporada 2023, que está terminando, não foi muito diferente: um total de 17 alpinistas morreram subindo ou descendo o cume e dois estão desaparecidos a mais de 5 dias, certamente mortos também. Quase nenhuma das mortes estão relacionadas entre si e apenas 4 corpos foram recuperados.
Isso torna este ano um dos piores já registrados em mortes no teto do mundo. Especialistas e montanhistas famosos alertaram que o Everest agora é visto como um "destino turístico" e um playground para os ricos em busca de emoções, mesmo aqueles com pouca experiência em escalada em grandes altitudes, que estão dispostos a pagar mais caro para serem guiados até o cume.
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