Por que as galinhas são tão ruins em voar?

Então, uma galinha pode mesmo voar? A resposta curta é: sim! A longa é um pouco mais complicada para explicar como elas têm dificuldade para adejar suas asas. Nossas galinhas de quintal são as descendentes nobres da galinha-selvagem vermelha ou cinza da família de faisões. Sim, galinhas são faisões que ainda podem ser encontrados na natureza em países como Vietnã, Tailândia, Mianmar e Laos, no Extremo Oriente. Esta aves-selvagens voam com majestosidade não apenas para pousar nas árvores onde constroem seus ninhos, mas também podem voar grandes distância se assim desejarem ou para escapar de predadores.

Mas a galinha-selvagem é uma ave "deboísta", que prefere "andar a pé" para apreciar a paisagem, ciscar, forragear e botar ovos. No entanto, logo alçam voo quando são alarmadas ou perseguidas. Então por que a galinha-doméstica se tornou uma ave tão desajeitada quando voa? A resposta tem a ver com o processo seletivo da galinha-selvagem-vermelha, considerada de importância histórica como ancestral da galinha doméstica.

A galinha-selvagem já estava adaptada para viver no chão e, quando os humanos começaram a cria galinhas para o corte e ovos, valorizaram, lógico, as aves mais pesadas. Assim, as galinhas domesticadas modernas são grandes e pesadas, com asas mais pequenas e inadequadas para vôos de longa distância.

Como dizíamos, as galinhas podem voar! Apenas não muito bem. A galinha doméstica podem ficar no ar por no máximo entre 15 e 20 metros, ainda que algumas desafiem estas distâncias. Algumas das raças maiores, como a brahma, ou galinha-indiana, cujo maior galo pesava mais de 17 kg, podem fazer pouco mais do que pular.

O problema é que as asas destas raças pesadas, como a Orpingtons e Wyandottes, ou a brasileira sertaneja-balão, não podem dar-lhes o poder de elevação necessário para o tamanho dos corpos das galinhas. Em geral, quando alguém oferece guloseimas para esta galinhas, elas meio que balançam de um lado para o outro, batendo as asas loucamente em uma corrida para ver que petiscos interessantes vão conseguir.

São as raças mediterrâneas, como anconas, legornes, e as galinhas brasileiras caipira, peloca e canela-preta, que são conhecidas como aves voadoras. As araucanas também gostam do desafio de voar e às vezes se empoleiram nas árvores à noite. Garnizés também voam muito bem, atingindo uma altura considerável! Se elas forem assustadas por um predador, elas podem voar para uma árvore e ficar lá pelo tempo que for necessário. Na verdade, algumas garnizés podem fazer uma decolagem quase vertical!

No entanto, galinhas não são as aves mais inteligentes do mundo. Uma galinha que voar uma boa distância porque foi assustada ou perseguida pode ficar tão desorientada que não consegue encontrar o caminho de casa. Infelizmente, as galinhas que se perdem raramente têm um reencontro feliz com seus donos e companheiros de rebanho.

Resumindo: a maioria das galinhas pode voar curtas distâncias para se empoleirar. E a maioria dos poleiros é acessível por um salto estrategicamente planejado, mas se o poleiro for muito alto, pode haver algum voo envolvido. As galinhas adoram ficar empoleiradas e sua pequena capacidade de voar as ajuda a chegar onde precisam ir na hora de dormir.

É simplesmente uma questão de quão alto ou quão longe para cada ave individual. Felizmente, a distância geralmente não é seu objetivo principal, senão que ganhar altura para escapar da captura ou predadores ou sobrevoar obstáculos.

As campeãs do voo são as galinhas-d'angola ("tô-fraco") que podem voar horas a fio se assim desejarem. Outro problema com as galinhas-guiné é que apenas um casal descontrolado pode destruir um jardim inteiro ou canteiro de hortaliças do seu vizinho.

Cortar as penas de voo é uma maneira de limitar a sua habilidade de voo. A ideia é aparar as penas de uma asa para que a ave não consiga uma elevação igual de ambas as asas, dando-lhes um equilíbrio instável na decolagem e no vôo.

Seja como for a "tô-fraco" não faz parte da família de faisões, Ainda que seja uma galináceo, a galinha-d'angola pertence a família de numídeos, endêmica do sul da África.