Este restaurante japonês permite que os clientes pesquem seus próprios peixes para a refeição

Foi se o tempo em que era possível desfrutar de um bom pesque-pague com restaurante. Manter um pesque-pague com qualidade hoje é impraticável, para não dizer impossível. Cadastro no Ibama e Seap, formalização com CNPJ, registro na junta comercial e alvará de funcionamento na prefeitura, assim como demais documentos exigidos por cada município, como vistoria do corpo de bombeiros e outros órgãos reguladores. Diante de tanta burocracia, muitos desistem ou nem tentam e mantém o negócio de forma ilegal.

Assim, hoje grande parte dos pesque-pague são pesqueiros que vendem bolinhos de peixe inservíveis e oferecem ascos como pacus, carpas, bagres e tilápias, nos quais o pescador paga pela quantidade de quilos de porcaria pescados durante o dia. Há que fazer uma exceção para a tilápia, cuja carne é muito saborosa. O problema é que nos pesqueiros elas vão "para o barro" por não receberem ração suficiente.

Eu adoro peixe e nesse sentido gostaria de viver no Japão onde há restaurantes onde você pode escolher um tipo de peixe, pescá-lo e pedir que seja preparado segundo sua receita favorita. Esses tipos de restaurantes do tipo "coma o que você pescar" são muito populares no Japão e é possível encontrá-los em todo o país!

Estes restaurantes são muito concorridos e quase sempre você terá que aguardar em uma fila de espera, mas que em geral não demoram muito. Me geral o cliente pode escolher se quer se sentar em uma mesa ou em um tatame, quando geralmente o atendimento é mais rápido, lógico, porque ninguém gosta de comer desta forma desconfortável (nem japonês gosta).

O restaurante mostrado no vídeo que dá contexto a este post é temático como se fosse um grande barco na área de estar. Ao redor do barco há água cheia de peixes de diversos tipos. Existem redes e varas em todos os lugares, que você pode usar gratuitamente. Você também recebe um pequeno copo de isca de graça, mas cada copo adicional de isca após o primeiro custa em torno de 5 reais cada.

Há placas nas paredes e nas piscinas que explicam o tipo de peixe encontrado em cada área! Há muitos para escolher e tem caranguejo, lagosta, ouriço-do-mar, polvo e até baiacu. Alegadamente estes fugus são isentos de tetrodotoxina, pois são criados em cativeiro livre da bactéria endossimbiótica que os baiacus consomem para criar a toxina.

Depois de pegar um peixe, um membro da equipe de atendentes virá pegá-lo e perguntará como gostaria que fosse preparado. Usualmente há entre 3 e 4 opções: espetos de sashimi (cru), grelhados no sal, cozidos em fogo brando ou tempura (fritos).

Se o cliente não estiver a fim de pescar, ou se preferir apenas pedir algo do cardápio, tudo bem também! Também é possível pedir o peixe cru e prepará-lo ao gosto do cliente em uma pequena grelha que tem em cada mesa.

Como tudo que é exclusivo, esta refeição não é muito barata, mas se levarmos em conta o ambiente divertido e a experiência de pesca interativa nem é muito cara também: custa em média, por pessoa, 3.500 ienes, uns 120 reais.

O canal do Youtube Dancing Bacons se esqueceu de colocar o nome e a localização do restaurante e quem não sabe o idioma japonês dificilmente descobrirá que se trata do Jumbo Tsuri-bune Tsurikichi, localizado em Shinsekai, na localidade de Osaka.