Alanis Morissette e Foo Fighters fazem cover de 'Mandinka' em homenagem a Sinéad O'Connor

Entre os séculos 16 e 19, muitos mandingas, remanescentes do Império do Mali, fundado no século XIII pelo Mansa Sundiata Queita, foram capturados, escravizados e enviados para as Américas. Eles se misturaram com escravos e trabalhadores de outras etnias, criando uma cultura crioula. O povo mandinga influenciou significativamente a herança africana dos povos descendentes hoje encontrados no Brasil, no sul dos Estados Unidos e, em menor escala, no Caribe. A palavra "mandinga" descende deles e a capoeira também.

Em 1987, depois de ler "Raízes: A Saga de uma Família Americana" escrito por Alex Haley, Sinead O'Connor ficou impressionada com a história do protagonista Kunta Kinte, que é retratado de forma heroica, inteligente, talentosa, introspectiva, e corajosa como um verdadeiro guerreiro mandinga. Com base na relação de Kunta e sua filha Kizzy, Sinead escreveu a canção "Mandinka".

Durante uma apresentação no Festival de Rock de Fuji 2023 no Naeba Ski Resort em Yuzawa, Niigata, Japão, o Foo Fighters convidou a lendária cantora Alanis Morissette para fazer um cover da poderosa canção em memória da trágica morte inesperada de Sinead em 26 de julho. Antes da música começar, Alanis tinha algumas palavras respeitosas sobre a falecida cantora irlandesa.

- "Uma linda mulher com grande inteligência e profunda empatia. Muito à frente de seu tempo e que não está mais conosco. Isto é para ela", disse Alanis.

O single "Mandinka" liderou a parada de dança, mas a canção também foi um hit pop mainstream na Inglaterra, Irlanda, Holanda, Bélgica, Nova Zelândia e Austrália. Após a morte de Sinead, a canção também apareceu no Top 10 da Lista de Downloads de singles do Reino Unido.

Ainda que esteja meio fora do contexto do artigo, não posso me furtar a falar sobre "Raízes" a fantástica e premiada série de televisão baseada no referido livro de Alex Haley. A série foi nominada em 36 indicações do Prêmio Emmy, dos quais conquistou nove, além de vencer um Globo de Ouro e um Prêmio Peabody.

Atingiu índices de audiência únicos quando foi exibida originalmente nos Estados Unidos, e o seu episódio final até hoje é a terceira maior audiência já registrada naquele país em todos os tempos. 71% da TVs ligadas naquele dia, estavam assistindo "Raízes".

A série, um dos fenômenos televisivos mais importantes de todos os tempos na história da televisão americana, cativou o público por cruzar com sucesso fronteiras raciais e atingir o interesse de famílias de todos os grupos étnicos do país.