Há agora mais micos-leões-dourados (Leontopithecus rosalia) pulando entre os galhos da floresta tropical brasileira do que em qualquer outro momento desde que os esforços para salvar a espécie começaram na década de 1970. Uma vez à beira da extinção, com apenas cerca de 200 animais na natureza, a população se recuperou para cerca de 4.800, de acordo com um estudo divulgado na terça-feira pelo site da ONG brasileira de ciência e conservação sem fins lucrativos Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD). |
- "Estamos comemorando, mas sempre atentos às outras ameaças, porque a vida não é fácil", disse o presidente da AMLD, Luís Paulo Ferraz.
Os micos-leões-dourados são pequenos macacos de cauda longa e pelagem acobreada que vivem em grupos familiares liderados por um par acasalado. Normalmente, eles dão à luz anualmente gêmeos, que todos os membros da família ajudam a criar trazendo-lhes comida e carregando-os nas costas.
O mico-leão-dourado era originalmente encontrado nas florestas de restinga e terras baixas, até 300 metros de altitude, na bacia do rio São João, no Rio de Janeiro. Vários autores já cogitaram a ocorrência do animal também litoral do no Espírito Santo e São Paulo, mas não há dados suficientes para concluir que ele de fato existiu nesses estados.
natural do vírus e da campanha de vacinação.
Via: Andreia Martins / AMLD.
Atualmente, ele é encontrado apenas em alguns remanescentes florestais da bacia do rio São João, principalmente nas Reservas Biológicas Poço das Antas e União. Fragmentos de floresta em algumas cidades do Rio como Araruama, Cabo Frio, Saquarema e Silva Jardim apresentam pequenas populações da espécie. Ela foi reintroduzida com sucesso nos municípios de Casimiro de Abreu, Rio das Ostras e Rio Bonito. Mais recentemente, foi reportada uma população em Duque de Caxias, sendo a população mais ao sul conhecida atualmente.
A pesquisa populacional foi realizada ao longo de aproximadamente um ano. Os pesquisadores foram a locais específicos e verificaram se os animais respondiam às gravações do longo chamado dos micos. Os novos números populacionais são notáveis porque a espécie experimentou um declínio acentuado devido a um surto de febre amarela. Em 2019, havia 2.500 macacos, abaixo dos 3.700 de uma pesquisa de 2014.
Os cientistas intervieram vacinando mais de 370 micos contra a febre amarela, usando injeções adaptadas de uma fórmula para humanos, uma abordagem relativamente nova para a conservação.
Os cientistas não conseguem identificar uma única causa exata para a recuperação, mas acreditam que vários fatores podem estar em jogo. Em primeiro lugar, o surto de febre amarela diminuiu, talvez devido a uma combinação do ciclo natural do vírus e da campanha de vacinação.
Via: Andreia Martins / AMLD.
Os animais também podem estar se beneficiando de um aumento no habitat da floresta. Entre 2014 e 2022, a quantidade de habitat florestal conectado aumentou 16%, principalmente por meio de florestas cultivadas em pastagens convertidas para gado.
Atualmente, cerca de três dezenas de agricultores e pecuaristas da região da Mata Atlântica participam desses programas de reflorestamento com árvores frutíferas nativas, que são a principal fonte de alimentação dos micos.
Apesar das boas notícias, ainda não há motivos para comemoração. O mico-leão-dourado é listado como espécie "ameaçada de extinção" pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) e pelo Instituto Chico Mendez para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Atualmente, sua distribuição geográfica é muito restrita -uma área de 154 km²-, mas graças aos esforços para a sua reprodução e reintrodução, existem agora cerca de 4.800 mico-leões na natureza, sendo que a maior população é encontrada na Reserva Biológica Poço das Antas e em fragmentos nos arredores na bacia do rio São João.
Os pesquisadores estão preocupados também com risco renovado de tráfico para o comércio ilegal de animais de estimação. O problema era galopante na década de 1960, mas quase desapareceu nas últimas décadas devido à fiscalização.
Em julho, a organização sem fins lucrativos anti-caça Freeland Brasil informou que o serviço florestal do Suriname havia apreendido sete micos-leões-dourados e 29 araras-de-lear ameaçadas de extinção, que se acredita terem sido traficadas do Brasil para venda na Europa.
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