Ex-viciada em opioides retorna ao tribunal anos depois como advogada de sucesso

Enquanto era uma jovem estudante promissora na faculdade de medicina, Sarah Gad caiu no vício em opioides. Originalmente prescrita medicação para dor após um acidente de carro em 2012, Sarah pegava o frasco de comprimidos todas as manhãs, precisando ou não. Isso se transformou em um vício que a fez entrar e sair da prisão até que tivesse a oportunidade de mudar sua vida. Agora, ela é uma advogada que recentemente ganhou seu primeiro caso.

O tribunal em que ela entrou como criminosa agora é onde ela trabalha. Mas o caminho para sua nova profissão não foi fácil. Entre 2013 e 2015, Sarah entrou e saiu da prisão e, enquanto estava presa no condado de Cook, em Chicago, foi espancada, esfaqueada e estuprada.

Foi quando a família de Sarah começou a procurar alguém que pudesse ajudar. Felizmente, o seu caso chamou a atenção da advogada Kathleen Zellner, conhecida por trabalhar em casos de condenação injusta e ficou comovida com a história. Então, ela estendeu a mão com uma tábua de salvação e ofereceu-lhe um cargo de ajudante no escritório de advocacia. Era a oportunidade que Sarah precisava.

Durante seu tempo na empresa de Kathleen, Sarah trabalhou no caso de Mario Casciaro, um homem cuja condenação por assassinato foi rejeitada quando uma testemunha se retratou de sua declaração. Foi um caso que a inspirou a querer cursar a faculdade de direito, embora ainda tivesse seus próprios problemas jurídicos.

Embora Sarah tenha sido aceita na faculdade de direito da Universidade de Chicago, que ela pôde pagar graças a um acordo com o Condado de Cook, ela ainda teve que comparecer perante um juiz. Como reincidente na infração antidrogas, ela enfrentava uma sentença mínima obrigatória. Aos olhos da lei, ela era vista como incapaz de ser reabilitada. Felizmente, o juiz decidiu arriscar e lhe dar o benefício da dúvida.

Depois de se formar em 2020 e receber sua licença para praticar em 2022, Sarah está usando sua própria experiência pessoal com o vício e o sistema de justiça criminal para fazer a diferença. Ela agora tem seu próprio escritório em Minneapolis, onde se especializou em defesa criminal, violações de direitos civis e leis de imigração.

É uma reviravolta que pode parecer inesperada para alguns, mas Kathleen sempre soube que Sarah tinha isso nela.

- "Reconheci seu enorme potencial para dar uma contribuição real à sociedade e tentei influenciá-la nesse sentido", explica. - "Ela se transformou de ré em defensora dos legalmente oprimidos. Tudo o que ela precisava era de uma segunda chance."