Conhecida como Queshuachaca ou Keshwa Chaca, este é um dos únicos exemplos remanescentes das pontes incas tecidas à mão, uma vez comuns no sistema rodoviário inca. Feita de palha trançada, a ponte se estende por 35 metros e fica 18 metros acima do rio caudaloso do cânion. Mesmo havendo uma ponte moderna nas proximidades, os moradores da região mantêm viva a antiga tradição e habilidades renovando a ponte anualmente, durante a segunda semana de junho. Devido à falta de manutenção durante a pandemia, a ponte desabou em março de 2021. Nas semanas seguintes, a ponte foi reconstruída. |
As mulheres incas trançavam cordas pequenas e finas, que eram então trançadas novamente pelos homens em grandes cabos de sustentação, muito parecidos com uma moderna ponte pênsil de aço. As pontes tecidas à mão fazem parte do sistema de trilhas e estradas há mais de 500 anos e eram muito respeitadas pelos incas. A punição por adulterar tal ponte era a morte.
Na época inca, essas pontes eram feitas inteiramente de capim-ichu e troncos amarrados a uma estrutura de pedra feita especialmente para sustentar a ponte; a cada um ou dois anos as partes de ichu e madeira eram renovadas, aconselhadas por um especialista inca chamado "mitmae". Existem crônicas que indicam que essas pontes eram reparadas muito rapidamente durante o período inca.
Essas estruturas não perderam a validade no período colonial, pois eram de grande importância por serem mais resistentes a terremotos do que as estruturas de pedra.
Com o tempo, no entanto, as pontes se deterioraram ou foram removidas, deixando este último testemunho da engenharia inca. A queda das pontes é resolvida com a destruição e reconstrução em uma cerimônia anual, originalmente considerada uma obrigação social sob o domínio inca e agora preservada como uma forma de honrar sua história pela comunidade vizinha de Quehue, no Peru. Esta ponte foi batizada com uma tradicional bênção cerimonial inca e está em excelentes condições.
Todo mês de junho, as comunidades quéchuas se reúnem às margens do rio Apurimac para reformar a ponte. Neste dia, eles manifestam sua honra a Pachamama, a Mãe Terra, e contemplam tradições arcaicas. Terminado o trabalho, as pessoas agradecem aos Apus (espíritos da montanha) e depois comemoram com música, comidas e bebidas tradicionais.
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