O ousado salto de base de John-Michael Vincent do World Trade Center em 1991 foi o ápice de anos de fascínio por esportes radicais e uma sede de ultrapassar limites. Desde adolescente, ele foi cativado por histórias de aventureiros e pessoas que arriscam tudo desafiando os limites convencionais. À medida que amadurecia, sua paixão evoluiu para um desejo profundo de experimentar a adrenalina máxima. No final dos anos 1980, John começou a aprimorar suas habilidades como paraquedista de salto base, o esporte recreativo de saltar de objetos fixos, utilizando um paraquedas para descer com segurança ao solo. |
Ele foi aperfeiçoando incansavelmente suas técnicas enquanto formava conexões dentro da comunidade unida de outros caçadores de emoções. O World Trade Center, icônico em sua estatura e simbolismo, tornou-se o maior desafio aos olhos de John. Ele passou meses planejando meticulosamente cada detalhe do salto, estudando padrões de vento, avaliando o melhor ponto de saída e calculando o tempo preciso necessário para executar o salto sem que fosse detectado pelos seguranças ou pela polícia.
A noite do salto foi uma mistura de nervosismo e alegria. Enquanto ele estava na beira do World Trade Center, o coração de John disparou com uma mistura de medo e determinação. Com o horizonte da cidade como pano de fundo, ele deu o salto para o abismo, pairando no ar com uma liberdade inigualável. Os segundos pareciam uma eternidade, e a rajada de vento contra seu corpo era aterrorizante e eletrizante.
O pouso bem-sucedido de John e a subsequente fuga chamaram a atenção do mundo, provocando intensos debates sobre os limites da liberdade pessoal e os riscos que as pessoas estavam dispostas a correr em busca de suas paixões. Alguns admiraram sua audácia, vendo-o como um pioneiro moderno que personificava o espírito de aventura. Outros condenaram suas ações, citando os perigos potenciais que ele representava para si mesmo e para as pessoas ao seu redor.
Após o salto, John Vincent permaneceu uma figura enigmática, fugindo dos holofotes enquanto continuava a explorar novos desafios no campo dos esportes radicais. Em 1992, ele escalou o Arco do Portal em St. Louis, Missouri, com ventosas e saltou de paraquedas, mas dessa vez ele caiu nas garras da polícia. Foi preso e condenado a uma multa de 1.000 dólares, um ano de liberdade condicional e 50 horas de serviço comunitário.
John Vincent seguiu em sua trilha na busca de notoriedade, saltando de vários pontos altos em várias cidades e enviava uma fita de vídeo do evento para a estação de notícias local. Certa tarde, em Atlanta, Vincent avistou um guindaste estendido a uma altitude suficiente e bem posicionado para pousos seguros. Às 17h30, ele escalou, saltou e divulgou o salto.
Acontece que o guindaste estava idealmente localizado para fins de salto base porque um grupo de paraquedistas locais que pagou ao operador do guindaste uma grande quantidade de cerveja para localizá-lo exatamente para eles. A construtora para quem o operador do guindaste trabalhava desvendou a verdade depois que o vídeo foi ao ar e posteriormente demitiu o infeliz. Um emprego perdido, um local perdido: os saltadores de base de Atlanta buscavam vingança.
O experiente Tom Aiello disse que esse grupo, do qual certamente ele fazia parte, se reuniu para dar uma surra em John, mas as cabeças mais frias prevaleceram e apenas o cobriram com alcatrão e penas em seu apartamento, antes de dar um recado para que o atrevido soubesse de onde vinha essa represália.
Por causa desses saltos midiáticos ele acabou malquisto por toda a comunidade de paraquedistas, pois isso prejudicava a imagem de todos frente a opinião pública. Ademais essas violações do código de ética já havia levado, no passado, à restrição do acesso a determinados locais frequentados pelos temerários. A cidade de São Francisco aumentou a multa por pular da ponte Golden Gate de US$ 1.000 para US$ 10.000. O ponto Glacier, no Parque Nacional de Yosemite, passou a ser ilegal, graças a um grupo de saltadores que não cumpriu as regras e dirigiu seu caminhão até o pico.
Devido a seu exibicionismo, seu nome acabou na lama da comunidade de saltadores. De fato, John é uma das razões pelas quais os veteranos reviram os olhos para o cabotinismo e imodéstia de paraquedistas como o austríaco Felix Baumgartner e os caras da Red Bull.
Renegado e repudiado em seu meio, que ele tanto gostava, John começou a fazer escolhas ruins. Passou a beber e certa noite atropelou e matou uma mulher enquanto dirigia, bêbado como um gambá, em Nova Orleans. Ele fugiu do local, mas foi preso depois. Desde então John Vincent sumiu da vida pública e ninguém nunca mais ouviu falar dele.
Tom Aiello diz que as ações de John eram especialmente irritantes, pois ele fazia parecer que havia inventado o esporte; era tudo John, o tempo todo. E a geração MTV engoliu tudo.
- "Até hoje ainda recebo perguntas ocasionais da mídia sobre John e minha resposta padrão é sempre a mesma. 'Eu nunca ouvi falar desse cara'", explica Tom.
Seja como for, John-Michael Vincent com sua ousadia deixou uma marca indelével na história do salto base e da aventura extrema, lembrando a todos nós do inflexível espírito humano que nos leva a conquistar o impossível, independentemente das consequências.
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