Em 2012, Morten Traavik, um artista norueguês, conheceu músicos da Escola de Música Kum Song enquanto viajava pela Coreia do Norte. Ele emprestou a eles um CD de "Take on Me", do A-ha, na manhã de segunda-feira. Na manhã da quarta-feira seguinte, eles haviam dominado a música, sem anotações e sem ajuda externa. Segundo Morten eles mostraram uma habilidade incrível e ele decidiu perguntar se podia grava rum vídeo deles para postar no Youtube. Após alguns entraves burocráticos os professores dos meninos concordaram e, Morten disse que tudo isso serviu apenas para mostrar que "você pode se divertir na Coreia do Norte". |
O vídeo do grupo de jovens acordeonistas norte-coreanos conquistou a Internet atraindo em uma semana mais de um milhão de acessos naquele então. Morten conheceu os músicos da Escola de Música Kum Song enquanto estava na Coreia do Norte para desenvolver um projeto artístico, no qual os apresentou à música clássica e popular.
- "Ficou bastante óbvio desde o início que eram alunos brilhantes, com grandes competências técnicas", explicou o artista. - "Estavam interessados em todas as formas de música, especialmente na música da Noruega, incluindo obras do compositor clássico Edvard Grieg."
Morten diz que acha que a razão pela qual a canção do A-ha se revelou tão popular é porque as pessoas no Ocidente ficaram intrigadas e fascinadas com a ideia de músicos numa sociedade coletiva -usando instrumentos tradicionais- desfrutando genuinamente da sua atuação de uma música pop européia dos anos 80.
O diretor, que organiza intercâmbios artísticos e culturais em todo o Leste Asiático, fez o que era considerado impensável em 2015, quando 1.000 norte-coreanos testemunharam a primeira apresentação ao vivo de uma banda pop ocidental em seu solo em décadas.
Os norte-coreanos tiveram que se contentar com a banda eslovena de rock industrial Laibach, cujo set incluía um medley de "Sound of Music", um cover de "Across the Universe", dos Beatles e uma versão com som marcial do hino do rock de arena "The Final Countdown" Você pode assistir a pequenos clipes do curioso e anticlimático show logo abaixo, com assistentes dormindo ou cobrindo o ouvindo.
A banda tocou no Teatro Ponghwa para uma multidão de mais de 1.000 pessoas. Várias dezenas de estrangeiros estiveram presentes, incluindo alguns fãs do Laibach que foram à capital norte-coreana especificamente para o show. Mas para a maioria, foi uma experiência totalmente nova. No videoclipe do show, o público assiste passivamente e aplaude educadamente entre as músicas.
A música pop estrangeira não é totalmente desconhecida na Coreia do Norte. Os salões de karaokê em Pyongyang, especialmente aqueles em hotéis com visitantes estrangeiros, apresentam longas listas de músicas ocidentais. Um fluxo constante de filmes e vídeos musicais ocidentais e sul-coreanos também se infiltrou na Coreia do Norte, com CDs e cartões de memória de computador contendo materiais proibidos disponíveis no mercado negro.
Ainda assim, a atuação de uma banda de rock ocidental em uma grande sala de concertos em Pyongyang pode ter sido um choque cultural até mesmo para as elites norte-coreanas suficientemente privilegiadas para viver na capital vitrine. Desde que assumiu o poder, Kim, que estudou na Suíça quando era adolescente, tem tentado projetar a imagem de um jovem líder divertido e de mente aberta o suficiente para abraçar alguma influência externa.
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