Quando vemos um teclado eletrônico hoje simulando centenas de instrumentos, com acompanhamento, ritmo, andamento, timbres automáticos, modo simplificado com um dedo só, não sabemos a parafernália que foi o começo de tudo isso. O programa Tomorrow's World da BBC deu uma olhada fascinante no sintetizador Moog em 1969, mostrando como este novo instrumento musical eletrônico estava revolucionando a música. Apresentando o músico Mike Vickers, da banda Manfred Mann, o vídeo que dá contexto a este post, demonstra as capacidades do Moog e como ele permitiu a criação de novos sons. |
Robert Moog em 1971.
O é um sintetizador modular inventado pelo engenheiro americano Robert Moog em 1964. A empresa de Robert, produziu vários modelos de 1965 a 1981, e novamente em 2014. Foi o primeiro sintetizador comercial e estabeleceu o conceito de sintetizador analógico.
O sintetizador Moog consiste em módulos separados que criam e moldam sons, que são conectados por meio de cabos. Os módulos incluem osciladores controlados por tensão, amplificadores, filtros, geradores de envelope, geradores de ruído, moduladores de anel, gatilhos e mixer. Seus osciladores produzem formas de onda, que podem ser moduladas e filtradas para moldar seus sons simulando diferentes instrumentos.
Robert Moog desenvolveu o sintetizador em resposta à demanda por equipamentos de música eletrônica mais práticos e acessíveis, guiado por sugestões e solicitações de compositores como Herb Deutsch, Richard Teitelbaum, Vladimir Ussachevsky e Wendy Carlos. A principal inovação da Moog foi o oscilador controlado por tensão, que usa tensão para controlar a afinação. Ele também introduziu conceitos fundamentais de sintetizador, como modularidade e geradores de envelope.
O Moog era muito menor que os sintetizadores anteriores e muito mais barato, custando em torno de US$ 10.000 em comparação com as somas de seis dígitos de outros sintetizadores. O RCA Mark II, por exemplo, era programado com cartões perfurados, o Moog podia ser tocado em tempo real via teclado, tornando-o atraente para os músicos.
No início, a maioria dos sintetizadores Moog pertenciam a universidades ou gravadoras, já que mesmo sendo mais barato ainda custava um valor substancial. Eles eram usados para criar trilhas sonoras ou jingles. Em 1970, apenas 28 pertenciam a músicos.
O sintetizador Moog foi trazido ao mainstream por Switched-On Bach, de 1968, um álbum best-seller de composições de Bach arranjadas para o sintetizador Moog por Wendy Carlos. No final da década de 1960, foi adotado por bandas de rock e pop, incluindo The Doors , Grateful Dead , Rolling Stones e Beatles.
No auge da popularidade, foi um marco do rock progressivo dos anos 1970, usado por bandas como Yes e Emerson, Lake & Palmer. Com sua capacidade de imitar instrumentos como cordas e metais, ameaçou os empregos dos músicos de estúdio e foi proibido de ser usado em trabalhos comerciais por um período.
A primeira pessoa a se dedicar ao Moog foi um cara chamado Walter Carlos, que passou a maior parte de sua vida vivendo a tecnologia de ponta da música. No início da década de 1970, uma grande curiosidade pública cresceu sobre essas novas máquinas de fazer música, graças ao trabalho de Walter, bem como de outros compositores. Foi a própria BBC que produziu o clipe compartilhado abaixo, no qual ele explica os fundamentos não apenas do Moog, mas da própria síntese sonora.
Ele até toca um pouco do segundo movimento do Concerto de Brandemburgo nº 4 de Bach. Nesta filmagem, com mais de meio século de idade, apenas uma habilidade evidente em operar o Moog e a compreensão dos princípios dos sintetizadores sugerem a identidade de Walter. Naquela época de sua carreira ele ainda era conhecido como Walter Carlos, e alguns anos depois viria a confessar que aquelas costeletas eram falsas (como se não desse para notar).
Ele, na verdade, ela voltaria à BBC para fazer outra demonstração do Moog como Wendy Carlos dezenove anos depois. Em 1972, Walter passou por uma cirurgia de transgenitalização, quando nasceu então Wendy, a famosa compositora e musícicista de música eletrônica, uma das primeiras artistas, senão a primeira, a utilizar sintetizadores.
Mas foi ainda como Walter que ele lançou em 1968 o Switched-On Bach, o álbum que ganhou três prêmios Grammy e foi o primeiro álbum clássico certificado como platina da história. O álbum é creditado por popularizar o Moog e demonstrar que os sintetizadores poderiam ser mais do que "máquinas de ruído aleatório", como parte dos críticos puristas de musica se referiam aos sintetizadores.
Por um período, o nome Moog tornou-se tão associado à música eletrônica que às vezes era usado como um termo genérico para qualquer sintetizador. No início Robert gostou disso, mas com o tempo passou a desaprovar devido aos numerosos discos "grosseiros" lançados com seu nome anexado, como Music to Moog By, Moog España e Moog Power, estes sim gravados com "máquinas de ruído aleatório".
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