No século 13, o termo "placebo" não lembrava ensaios clínicos, tratamentos inertes, pílulas de açúcar ou qualquer coisa remotamente médica. Em vez disso, se você fosse membro da Igreja Católica Romana, provavelmente isso o faria pensar em Deus e na morte. Como explica o dicionário Merriam-Webster, "placebo" significa "agradarei" em latim e é a primeira palavra da primeira antífona das vésperas no Ofício dos Mortos, uma oração noturna que os católicos recitavam para pessoas que haviam morrido. A oração completa se traduz como "Agradarei ao Senhor na terra dos vivos". |
Em pouco tempo, as pessoas começaram a usar "placebo" para se referir a toda a oração. No século seguinte, no entanto, falantes imaginativos de inglês deram ao "placebo" uma definição secundária que ecoava seu significado literal em latim: se você dissesse que alguém estava cantando, fazendo ou jogando "placebo", estava insinuando que ele estava lisonjeando alguém de uma forma bajuladora ou servil.
Você poderia até ir direto ao assunto e chamar a própria pessoa de "placebo", o que significava "um bajulador ou um parasita". Devemos agradecer a Geoffrey Chaucer pelo primeiro exemplo conhecido da palavra com este significado em "The Merchant's Tale", ele nomeou um dos personagens de "placebo", que, sem surpresa, passa muito tempo dizendo ao irmão mais velho exatamente o que ele quer ouvir, enquanto um terceiro irmão, Justinus, dá conselhos muito melhores.
Faz sentido que a palavra "placebo" -bajulação com a intenção de fazer alguém se sentir bem, mesmo que não seja necessariamente verdade- tenha acabado na medicina, onde passou a definir qualquer medicamento ou tratamento destinado a fazer alguém se sentir bem, mesmo que tecnicamente não tenha potencial curativo ou médico. Mas só chegou lá em meados do século XVIII.
- "Quando se deseja apenas um 'placebo', o objetivo pode ser atendido por meios que, embora talvez reduzidos à matéria médica, não merecem, no entanto, o nome de medicamentos", escreveu o médico Andrew Duncan em seu livro de 1770, "Elements of Therapeutic".
A expressão completa "efeito placebo" não se tornou comum até o início do século XX. O século XX também assistiu ao nascimento do gêmeo maligno do "placebo", o "nocebo", latim para "farei mal", que descreve um tratamento medicamente inútil ou vazio que, de alguma forma, faz com que o paciente se sinta pior. Não é necessário dizer que o "nocebo" não se popularizou exatamente da mesma forma que o "placebo".
Quanto a como funciona o efeito "placebo"? Isso é um mistério científico.
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