Há muito que o comportamento dos macacos-caranguejeiros (Macaca fascicularis), fascina os cientistas. Eles estão acostumados com a presença humana em seus territórios, especialmente em populares áreas turísticas como o Templo de Uluwatu, onde interagem diariamente com os turistas. Como resultado, esses macacos são famosos por seu comportamento travesso, especialmente por sua tendência a roubar itens. Movidos pela sua curiosidade e inteligência naturais, estes macacos associam os turistas a uma fonte potencial de alimento e objetos interessantes. |
Os pequenos deliquentes aprenderam que certos itens, como celulares, chapéus, sapatos e óculos de sol, por exemplo, são valiosos para os humanos, e as mãos hábeis dos macacos permitem que eles os agarrem e fujam antes que as pessoas possam reagir. A presença da quadrilha de macacos assaltantes é algo já tão habitual que até o advertem nos guias de viagens.
Quando conseguem assaltar um turista permanecem próximos em uma atitude desafiante, e só cedem o objeto em troca de algo que realmente valha a pena. Para mais afronta, os macacos não aceitam qualquer coisa como resgate, e jogam fora com desdém os objetos que não lhes interessam até que chegam a uma transação satisfatória. Banana é coisa de macaco pobre e não soltam seu refém até receberem, por exemplo, uma barra de chocolate ao leite.
- "Muitos turistas estão dispostos a negociar quando seus itens são mantidos como reféns, mas nem sempre vale a pena recuperar chapéus e óculos de sol", diz Sir David Attenborough neste clipe do Planeta Terra III.
A capacidade dos macacos para entender um conceito tão sutil como a extorsão resulta muito surpreendente. Em 2018, um grupo de pesquisadores passou meses estudando os macacos de Uluwatu, registrando mais de 200 roubos e identificando os sujeitos que recorrem a delinquência. Os resultados do estudo são surpreendentes.
Os macacos não só ensinam seus filhotes a roubar, senão que melhoram sua técnica com a passagem do tempo. O latrocínio converteu-se em algo habitual que já engloba várias gerações destes animais. Outro detalhe interessante é que o comportamento é mais habitual em machos. O paradoxo é que há muitas outras populações de macacos da mesma espécie em Bali que vivem em zonas muito frequentadas por turistas e nenhuma desenvolveu este tipo de conduta.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários