Empresa nigeriana criou a primeira frota de ônibus 100% solar do mundo

A fonte de eletricidade de um veículo elétrico depende, em última análise, da rede elétrica existente no local onde você carrega o veículo. Quanto mais limpa for a rede, mais limpa será a sua carga e por conseguinte mais renovável. No Brasil, por exemplo, a indústria do carro elétrico poderia realmente ser chamada de renovável porque dependeria quase em sua totalidade de uma das fontes de energia renováveis mais antigas e importantes: a energia hidrelétrica.

Mas há algo que Elon Musk não quer que você saiba: para que cada carro nas nossas estradas tenha emissões zero até 2050, seriam necessários pouco menos do dobro da atual produção mundial total anual de cobalto, 75% da produção mundial de lítio e pelo menos 50% da produção mundial de cobre. E isto pode se tornar um grande problema à nível mundial.

Os carros elétricos são, sem dúvida, mais limpos do que os carros movidos a combustíveis fósseis. Embora seja necessária mais energia para fabricar veículos elétricos do que a gasolina, ainda assim poupa-se mais energia a longo prazo. O déficit é liquidado rapidamente e mesmo quando, sem alternativa, a eletricidade utilizada para carregar os veículos é alimentada por combustíveis fósseis, estes são ainda mais ecológicos.

No entanto, é importante abordar as enormes implicações para os nossos recursos naturais, não apenas para produzir tecnologias verdes, como os carros elétricos, mas também para mantê-los carregados. O Serviço Nacional de Saúde Francês, por exemplo, não teve melhor ideia que usar motores diesel para carregar as baterias de suas ambulâncias. Como assim?

Uma vez que a energia elétrica gerada a partir de uma fonte de energia renovável pode ser utilizada como a energia tradicional da rede, é perfeitamente possível alimentar uma estação de carregamento de veículos elétricos utilizando energia renovável. Isto pode ser conseguido carregando o veículo no momento em que a energia está sendo colhida de uma fonte de energia renovável ou armazenando essa energia em um sistema de armazenamento de bateria para uso posterior.

Isto está sendo feito parcialmente na primeira frota de ônibus 100% solar do mundo, que está revolucionando o transporte em Maiduguri, na Nigéria. Através da sua empresa, Phoenix Renewables, Mustapha Gajibo, de 30 anos, e a sua equipa de engenheiros, mecânicos, técnicos e motoristas criaram um sistema de transporte movido a energia solar, reformando microônibus a gasolina com motores elétricos e baterias.

- "O carregamento leva cerca de 35 minutos para um alcance de 150 quilômetros", explica o vídeo compartilhado Deutsche Welle. - "A fonte de energia é a luz solar abundante de Maiduguri, captada por mais de 150 painéis solares. Até agora, eles converteram uma dezena de micro-ônibus e mais de 50 triciclos que estão em serviço nas ruas de Maiduguri."

Mas esta afirmação conta apenas metade da história: este tipo de carregamento rápido (35 minutos) inutiliza as baterias em pouquíssimo tempo (menos de 6 meses). Para usufruir de uma vida plena de cargas de mais ou menos 1000 ciclos de recarga (10 anos) é necessário que a carga seja lenta, com duração maior que 10 horas.

Mas a alternativa nigeriana parece estar funcionando bem, porque opções de transporte pequenas e flexíveis, como os microônibus, são cruciais para a vida em muitas cidades ao redor do mundo. O problema é que a maioria ainda funciona com gasolina ou diesel altamente poluentes.

- "Embora a Nigéria seja um dos maiores produtores de petróleo do mundo, as pessoas no país sofrem regularmente com a escassez e os preços elevados na bomba", diz o vídeo.

Os ônibus movidos a energia solar podem ser uma melhoria significativa para os passageiros, proporcionando um meio de transporte mais limpo, silencioso, confiável e acessível. E agora é um modelo para cidades em toda a Nigéria.

- "Os governos estaduais e locais agora estão percebendo. No início de 2022, por exemplo, o governador do estado de Borno, onde Maiduguri está situada, elogiou o trabalho de Gajibo e concedeu-lhe 20 milhões de nairas (cerca de 220 mil reais) para pesquisa e desenvolvimento, bem como 15 mil metros quadrados de terreno para uma fábrica."