No início da década de 1970, dançarinos de hip-hop em festas de bairro na cidade de Nova York começaram a adicionar movimentos de ginástica, artes marciais e outras fontes ao seu repertório. Eles chamaram seu novo estilo de improvisação de "b-boying". Hoje, é comumente referido como "breakdance", embora os dançarinos especializados neste gênero prefiram o termo "break". Agora, mais de 50 anos depois, o break está prestes a aparecer no seu maior palco: os Jogos Olímpicos de Verão em Paris. |
O break se tornará o primeiro esporte de dança incluído nas Olimpíadas quando estrear nos Jogos deste ano, que acontecerão entre 26 de julho e 11 de agosto. 32 atletas de todo o mundo competirão por ouro, prata e bronze na Place de la Concorde, em Paris.
Enquanto um DJ toca as faixas, os dançarinos improvisam uma variedade de movimentos, incluindo movimentos intrincados de pés, torções, giros e "congelamentos", um feito que envolve equilibrar-se nas mãos ou na cabeça. Os jurados os pontuarão em seis categorias: criatividade, personalidade, técnica, variedade, performatividade e musicalidade.
O Brasil tem uma seleção com 12 integrantes, que em geral estão entre os melhores do mundo. No entanto, somente o B-Boy Leony Pinheiro (cabelo descolorido no vídeo abaixo) ainda tem chances de conquistar uma vaga no circuito olímpico. Ele vai participar das duas últimas etapas qualificatórias, em Xangai, na China, de 16 a 19 de maio, e, depois, em Budapeste, na Hungria, de 20 a 23 de junho. Apenas os sete primeiros colocados de cada gênero garantem uma vaga em Paris.
As apostas recaíam sobre o paranaense B-Boy Neguin, o único latino americano campeão da categoria, mas hoje com 32 anos ele não se classificou nem mesmo para as seletivas. A verdade é que nem mesmo o melhor B-Boy do mundo, o coreano Hong 10, confirmou sua presença em Paris.
As apostas para o ouro apontam para os americanos Victor Montalvo, de 29 anos, radicado na Flórida e Sunny Choi, de 35 anos, natural de Nova York. Suuny também se destaca tremendamente como uma virtuose no piano levando sucessos do pop à música clássica de forma magistral.
Em 2018, o esporte estreou nas Olimpíadas da Juventude, em Buenos Aires, na Argentina, e fez sucesso instantâneo. Mais de um milhão de pessoas assistiram à competição. Agora, os Jogos Olímpicos de Verão esperam replicar esse sucesso.
Alguns puristas do esporte questionaram se o break merece estar nas Olimpíadas, enquanto outros argumentaram que deveria ser considerado uma arte, e não um esporte. Por outro lado, o break não é tão diferente de outros eventos julgados nas Olimpíadas, como patinação artística e ginástica, que mesclam arte e atletismo. Além disso, os dançarinos/atletas treinam e se preparam como quem participa de outros eventos olímpicos.
O break começou no Bronx no verão de 1973, quando um DJ chamado Kool Herc começou a fazer experiências em uma festa. Em outros eventos, Kool notou que as pessoas dançavam mais durante os intervalos instrumentais percussivos das músicas e desenvolveu um método para estender esses intervalos usando dois toca-discos para manter as pessoas em movimento.
Com o tempo, as pessoas começaram a dançar umas com as outras e um novo estilo nasceu. O "breakdance" hoje é um dos quatro pilares principais do hip-hop, junto com a pintura de grafite, DJing e rap.
O break é interessante porque o praticante precisa da capacidade atlética de um atleta profissional, e também precisa ser um artista e dançar. É como pedir a Picasso para escalar uma montanha. É isso que torna o break difícil: esse elemento de precisar de alguém que seja criativo, mas que também tenha a maior habilidade atlética.
O interesse pelo break diminuiu ao longo dos anos, atingindo o que muitos consideram seu pico em meados da década de 1980, quando foi apresentado em alguns filmes de sucesso como "Flashdance, de 1983. Sua popularidade diminuiu nos anos seguintes. Recentemente, está de volta, o que os Jogos Olímpicos de Verão sem dúvida ajudarão a alimentar.
Como um esporte praticado geralmente por jovens, a cena da dança está cheia de wokes chatos que não gostam do termo "breakdance, porque hoje em dia, o termo está "fora de moda".
- "Não somos garotos de 14 anos", disse Kevin Gopie, conhecido como DJ Renegade à revista Time. - "Se você chama isso de breakdance, você não respeita um breaker." concluiu o influncer praticante de "breakdance".
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