Visitar as vilas rurais de Doaba, no estado indiano de Punjab, pode causar reações mistas: admiração, pelas enormes esculturas de aviões, tanques e jogadores de futebol empoleirados no topo de casas; ou desdém pela breguice de arte kitsch. O costume regional começou no final dos anos 1970 com cidadãos indianos que imigraram para outras partes do mundo, sobretudo para os Estados Unidos, mas mantiveram residências em seu país natal. Apelidadas de "peças de exibição", as esculturas no telhado são uma mistura lúdica de arte e arquitetura. |
No entanto, quando você descobre que estas enorme estátuas tem função prática, são caixas d'água, a coisa do kitsch deixa de fazer sentido e a gente até chega a considerar que a ornamentação é criativa e bonita.
Durante os últimos anos, o fotógrafo Rajesh Vora percorreu cerca de 6.000 quilômetros pelo estado para documentar centenas dessas obras. Como seus donos geralmente estão em outros lugares, muitas casas ficam sem uso a maior parte do ano, e suas adições arquitetônicas são lembretes das histórias únicas dos moradores e dos laços com a região em sua ausência.
O interesse de Rajesh pelos objetos esculturais cotidianos que adornam os telhados das casas começou em 2014. Este artesanato vernacular encontrou patrocínio com a primeira onda de imigrantes indianos que começaram a construir casas em suas aldeias.
Desde então, esse fenômeno único cresceu em ambição e imaginação para se tornar parte integrante da paisagem da aldeia. Enquanto a maioria das casas permanece fechada durante o ano, esperando que seus donos retornem para suas férias anuais, esses objetos coloridos lembram a sociedade de suas lutas, conquistas e prosperidade.
Tanques de batalha, levantadores de peso, heróis, bolas de futebol e jogadores de futebol, lótus, animais, e o mais importante de todos, os aviões em cima dos telhados tornam um horizonte dramático em uma paisagem que de outra forma seria tranquila.
O fascínio de Rajesh por esses objetos se tornou uma obsessão enquanto ele viajou por mais de 100 vilas para em Punjab para fotografá-los, u=que lhe rendeu um livro chamado "Everyday Monuments", publicado em 2023. No livro, ele mencionou ter conhecido arquitetos, acadêmicos e especialistas locais, que explicaram que cerca de 30 artesãos nda região colaboram com os proprietários e suas famílias para criar essas esculturas.
Esses ícones de aspiração geralmente estão entrelaçados com as histórias pessoais de seus donos de longa distância. Como um fenômeno cultural e sociológico, essa estética idiossincrática se destaca na arquitetura doméstica da região. O que se desenrola é uma narrativa colorida sem nostalgia, cheia de humor, celebração e lembrança.
Apesar do destaque dessas esculturas únicas de tanques de água, Rajesh tem preocupações sobre o futuro delas. Ele se pergunta se as gerações mais jovens, que podem não retornar à Índia ou manter essas propriedades, continuarão a tradição. Vora ressalta que, sem a manutenção adequada, essas casas podem desaparecer com o tempo.
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Pelo amor do senhor menino Jesus...