Quando você pensa em Audrey Hepburn, você pensa em "A Princesa e o Plebeu", o filme de 1953 que lançou sua carreira. Como esquecer Audrey como a Princesa Anne? Originalmente, o papel foi escrito para Elizabeth Taylor, então uma grande estrela. Mas algo aconteceu durante a elencagem que mudou tudo isso. Eles fizeram algumas cenas do roteiro, mas a Paramount também queria ver como Audrey realmente era sem atuar, então fizeram uma entrevista onde ela falou sobre suas experiências na guerra, o ataque dos Aliados em Arnhem e de se esconder em um porão. Uma coisa profundamente comovente. |
Mais tarde, conta a história, o diretor William Wyler assistiu à filmagem mostrada abaixo em Roma e a achou irresistível, afirmando que - "...ela tinha tudo o que eu procurava: charme, inocência e talento. Ela também era muito engraçada, absolutamente encantadora, e nós dissemos: 'Essa é a garota!'"
Audrey Hepburn pode não ter tido a carreira mais prolífica de Hollywood, mas alguns de seus personagens ainda parecem papéis que ela nasceu para interpretar. Talvez o mesmo pudesse ter sido verdade para o papel de Anne Frank, se ela não tivesse se recusado a assumi-lo.
Quando o pai de Anne, Otto Frank, perguntou sobre isso, pode-se imaginar que Audrey sentiu que não tinha a experiência certa para interpretar aquela jovem, agora há muito considerada a personificação das vítimas do Holocausto.
Na verdade, para a atriz que seria lembrada como a Princesa Ann e Holly Golightly, era muito próximo de casa: Audrey conseguia se lembrar muito bem de sua própria experiência angustiante de guerra na Holanda, chegando ao ponto de morrer de fome enquanto se escondia dos nazistas.
Nascida na Bélgica, a jovem Audrey foi para um internato na Inglaterra em meados da década de 1930. No final daquela década, com a eclosão da guerra, ela foi com a mãe morar na Holanda. Estudante de balé, ela dançou para públicos que incluíam membros do partido nazista -um fato inevitável do qual muito se falou- mas também dançou, secretamente, para a resistência.
- "A celebridade de Audrey como bailarina por quase quatro anos no teatro da cidade de Arnhem tornou seus talentos valiosos para o Visser't Hooft, um dos líderes desse movimento, que fazia apresentações musicais ilegais em vários locais somente para convidados com o objetivo de ganhar dinheiro para os artistas depois de terem sido forçados a sair do mainstream holandês pela união nazista de artistas, a Kultuurkamer" escreve seu biógrafo Robert Matzen.
A própria Audrey discute esse período no clipe da entrevista no topo do post. Com o passar do tempo, Hooft a enviou em um ponto durante esse período para levar uma mensagem, e talvez comida, para um dos aviadores abatidos. Suas qualificações eram simples: ela falava inglês fluentemente, enquanto outros jovens de fácil acesso na vila não falavam.
No outono de 1944, ela e sua família mantiveram um paraquedista britânico em seu porão, o último ato de uma série de desafios. No inverno seguinte, eles também estariam morando lá, cautelosos até mesmo em sair da 'cama' enquanto as bombas caíam em sua pequena vila holandesa de Velp. Eventualmente, depois que o que restava de sua comida se esgotou, eles comeram bulbos de tulipa. Quando estes acabaram, eles comeram ervas daninhas.
Confrontada em uma idade tão jovem, essa provação teve efeitos duradouros. As privações assombrariam Audrey pelo resto de seus dias, judiando de seu corpo esbelto e possivelmente sua morte prematura por câncer de apêndice.
Não é de se admirar, então, que ela tenha permanecido bastante taciturna sobre sua guerra, mesmo depois de se tornar uma atriz internacionalmente famosa, que era uma alternativa ao seu primeiro sonho de dançar. Daí o formidável desafio colocado diante de Robert Matzen na pesquisa que se tornou "Garota Holandesa: Audrey Hepburn e a Segunda Guerra Mundial", onde você pode ouvi-lo discutir no vídeo do Estúdio Storytellers logo abaixo.
Sua história acabou sendo diferente da de Anne Frank, que, como Robert argumenta, a atormentou com uma espécie de "culpa de sobrevivente". Mas agora, ambas vivem como ícones do século XX em seus momentos mais claros e sombrios.
No entanto, Audrey tinha segredos bem guardados. Apesar da fama e adoração de seus fãs, ela viveu uma vida de desgosto. Tudo começou em uma idade jovem, quando seu pai, a quem ela adorava mais do que tudo no mundo, a abandonou em apoio ao regime nazista. Ela tentou encontrar o pai 25 anos depois de ter perdido contato com ele. Audrey eventualmente o localizou através da Cruz Vermelha e o visitou na Irlanda. A experiência foi fria e a deixou amarga e magoada. Nesta filmagem rara, ela explica como seu desaparecimento repentino a assombrou até seu último suspiro.
Em 1998, Stuart J. Byczynski publicou um livro chamado "Audrey Hepburn: Uma Vida Secreta", que contava uma história que, em 1947, uma jovem viajou da Holanda para Londres e passou por uma gravidez em segredo, vivendo e trabalhando em uma companhia de balé. Dois anos depois, em 1949, ela começou uma carreira de atriz e deu seu filho para outra jovem atriz no palco de Londres. A mãe era Audrey.
Seu filho foi levado para a América por sua mãe adotiva inglesa e seu marido, um piloto militar dos EUA que estava estacionado na Inglaterra. Ele cresceu em segredo em Maryland. Seu nome: Stuart Byczynski, que revela o comportamento conflituoso e ameaçador de Audrey em relação a ele e seus pais adotivos.
O autor não fornece nenhuma prova para suas alegações. Quanto aos documentos que ele afirma ter revisado, ele também alega que as informações estavam faltando ou poderiam estar erradas. Quanto aos vários amigos e estranhos que supostamente disseram a Stuart que ele era filho de Audrey, eles não têm nome ou estão mortos.
O autor enche seu livro com o que ele considera eventos suspeitos (um suicídio em um hotel, mortes dentro de uma família específica, um acidente de avião) e pessoas variadas, todas supostamente mostrando uma conexão entre ele e Audrey Hepburn.
Ler este livro é entender melhor a teoria de como se você tem um número infinito de macacos com um número infinito de máquinas de escrever, digitando por um número infinito de horas, um deles escreverá "Hamlet". Stuart Byczynski faleceu em 20 de julho de 2017, com 70 anos.
Ao longo de sua vida, Audrey estava agudamente ciente do poder de sua celebridade e da plataforma que isso lhe dava, seja influenciando a moda ou durante seu trabalho humanitário. Este último foi onde a paixão dela mais tarde na vida ofereceu um alívio da mágoa que ela sentiu por tanto tempo.
O processo de encontrar paz dentro de si mesma, de se juntar à Unicef e cuidar de crianças em países devastados pela guerra, como os que ela experimentou quando criança, e retribuir esse amor que ela não sentia.
O presidente dos Estados Unidos, George W Bush, presenteou Audrey com a Medalha Presidencial da Liberdade em reconhecimento ao seu trabalho com a Unicef, e a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas concedeu-lhe postumamente o Prêmio Humanitário Jean Hersholt por sua contribuição à humanidade.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários