Em uma plantação de café na prisão de Peñas Blancas, no departamento de Risaralda, Colômbia, os internos produzem 1200 quilos de café por ano e se sentem um pouco mais livres. O detento Diego Fernando Torres trabalha neste local há três anos como parte de um projeto piloto que busca oferecer alternativas de emprego aos internos, para atender algumas necessidades dos mesmos e ajudar na sua ressocialização. A iniciativa foi tão positiva que o Ministério da Justiça ordenou a sua implementação em outros centros penitenciários do eixo cafeeiro do país. |
Os muros frios e altos do presídio de segurança média de Peñas Blancas contrastam com os tons verdes e vermelhos de sua fazenda cafeeira onde são cultivados 6 hectares que rendem 1.200 kg quilos de café torrado e moído.
Ademais, o projeto facilita a ressocialização dos internos. Para Diego Fernando Torres, que trabalha neste local há três anos - "... parecia um sonho porque é algo incrível saber que estou diante da liberdade e me sinto útil, pois está acostumado a trabalhar, e ficar sem fazer nada o deixava ansioso."
O projeto começou em 2022, e além do café produz feijão e tem galinhas poedeiras. O trabalho levou Diego a considerar voltar para o campo assim que for solto.
- "Não sei dizer ao certo, as não preciso parar por aqui e às vezes dou graças a Deus porque aprendi coisas que lá fora não sabia", disse Diego.,
A mesma coisa pensa Norberto Rodríguez, um preso que está cumprindo 13 anos de pena. Agora ele sabe muito mais sobre pão, bolos e confeitos do que ele conhecia há 3 anos quando começou a trabalhar na padaria interna.
- "Cheguei na padaria e não sabia de nada. Isso me ajudou muito porque primeiro resgatamos o tempo de pena e aprendemos uma profissão para podermos sair e conseguir um emprego", disse Norberto.
O projeto foi inicialmente financiado pelas Nações Unidas e será implementado em outras prisões do país. O café produzido no presídio é oferecido ao público em uma loja anexa ao estabelecimento. Cada dia de trabalho significa redução da pena dos presos. Dentro do tratamento penitenciário está o sistema de resgate.
Eles trabalham de acordo com a atividade que realizam, com 10 ou 13 dias de resgate. Ou seja, o juiz reconhece mais 13 dias por mês para a sua pena em função do trabalho que estão realizando.
A realidade da prisão de Peñas Blancas contrasta com a percepção que existe sobre os direitos dos presos no país e na América Latina. Os detentos insistem que trabalhar na prisão lhes permite pensar no seu futuro, no que farão quando terminarem de cumprir sua pena.
Foi assim que percebi que eu tinha tempo para ficar com minha família e desperdicei. Então, eu digo, quando eu sair daqui, eu nascerei de novo e vou começar a ser uma pessoa nova, a ser melhor com a família, porque a gente percebe que temos pessoas que nos amam, que nos valorizam, apesar dos erros que comentemos. Algo que não vi lá fora", enfatizou Diego.
Este tipo de projeto vai ao encontro da diminuição da reincidência de presos colombianos, onde 25% dos presos reincidem em crimes. A taxa de reincidência na Colômbia é relativamente baixa, em comparação com outros países da América Latina e do mundo.
A reincidência criminal no Brasil é um problema de grande relevância, com diversos estudos apontando para um alto índice de reincidência. Autoridades divulgam que cerca de 70% das pessoas que cumprem pena de prisão no Brasil reincidem no crime depois de algum tempo em liberdade.
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