Para a maioria dos humanos, os peidos são um alívio bem-vindo, um incidente embaraçoso ou a oportunidade para uma piada de quinta série. Mas, para muitas outras criaturas, os puns não são motivo de riso. Nas profundezas dos intestinos do reino animal, os puns podem servir como ferramenta de intimidação, como atos de autodefesa e até como armas mortíferas malcheirosas. Os flatos mais fedorentos do reino animal não são letais, mas podem arruinar sua viagem à praia. Focas e leões-marinhos são famosos por terem peidos terríveis devido à sua dieta. |
Peixes e crustáceos são incrivelmente ricos em enxofre. Durante a digestão, as bactérias intestinais dos mamíferos quebram o enxofre e os aminoácidos que contém enxofre para produzir dissulfeto de hidrogênio, um gás que tem um cheiro que lembra ovos podres.
Focas e leões-marinhos não conseguem evitar seus puns fortemente azedos, mas alguns animais soltam seus puns estrategicamente. Tanto a cobra-de-nariz-de-porco-oriental quanto a cobra-coral usam uma tática chamada de "estalo cloacal". Elas sugam o ar para dentro de sua cloaca, um orifício usado para urinar, defecar e para reprodução, e então o disparam de volta pra fora com um estalo alto.
Os estalos não são mais perigosos que o fedor de um leão-marinho, mas são eficazes em espantar possíveis predadores. Por outro lado, os puns das larvas de crisopa-frisada são silenciosos e mortais. Seus pedidos contêm um tipo de substância chamada alomônio, que evoluiu especificamente para paralisar cupins. Na verdade, esse alomônio é tão poderoso que um único pum pode imobilizar vários cupins por até três horas, ou até matá-los completamente.
Seja como for, esses puns tóxicos dão às larvas de crisopa frisada tempo suficiente para devorar presas de até três vezes o seu tamanho. Para alguns outros animais, porém, prender o pum pode ser mortal. O Cyprinodon atrorus é um peixinho de água doce encontrado no norte do México. Esses peixes se alimentam de algas e outros pequenos organismos nos sedimentos.
Mas, durante os dias mais quentes de verão, essas algas produzem muito gás. Se o peixe não soltar esse gás, ele começa a "boiar", tornando-se presa fácil para pássaros. E não é só com predadores que ele precisa se preocupar. O acúmulo excessivo de gás pode, na verdade, estourar seu sistema digestivo. Pesquisadores encontraram grupos de várias centenas desses peixes que não conseguiram soltar o gás.
Felizmente, os puns de animais não são diretamente prejudiciais aos humanos, só nos fazem perder o apetite. Mas, nas circunstâncias ideais, um pouco de puns de animais pode criar condições surpreendentemente perigosas. No fim de 2015, um alarme de fumaça disparado forçou um avião a fazer um pouso de emergência.
Após uma inspeção, as autoridades concluíram que não houve fogo, apenas arrotos e puns de mais de 2 mil cabras transportadas no compartimento de cargas. A mudança na pressão do ar fez com que soltassem gases juntas. Felizmente, essa história sobre cabras e puns causou prejuízos relativamente baixos, mas o pum mais perigoso do mundo talvez venha de um mamífero igualmente inofensivo: uma simples vaca.
Existem quase 1 bilhão de vacas no mundo, sendo a maioria criada especificamente para obtenção de leite e carne. As vacas, como as cabras, são ruminantes: seus estômagos têm quatro câmaras, permitindo que mastiguem, digiram e regurgitem seu alimento várias vezes. Esse processo lhes ajuda a extrair nutrientes extras do alimento, mas também produz muitos gases.
Isso é problemático principalmente porque um dos gases que as vacas emitem é o metano, um grande gás de efeito estufa que contribui muito para o aquecimento global. Um quilo de metano retém dezenas de vezes mais calor na atmosfera que um quilo de dióxido de carbono. E, com cada vaca liberando até 100 quilos de metano todos os anos, esses animais se tornaram um dos principais causadores do aquecimento global.
Então, embora outros animais soltem puns mais altos, fedidos e até mais tóxicos, os puns das vacas talvez sejam os mais perigosos.
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