A deputada embriagada

"Seu Werner" é um alemão de forte compleição que vez em quando aparece no "Happy Hour". Calmo, de fala mansa, transforma-se totalmente depois de três ou quatro tragos. Pôe-se a falar alto, a contestar tudo e todos. Mais um trago: Mais cospe do que fala. Outro trago: Começa a dançar, a cantar e a falar de muito perto; atitude própria dos muito chatos. Um outro trago: Alguém ou o próprio dono do bar manda-o ir embora.

Apesar de ser fraco para a bebida, "Seu Werner" sempre me faz rir com suas canções e danças descompassadas. Diferente da incoerência do comportamento da meretríssima deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) que me deixou, antes de tudo, revoltado, senão envergonhado.
O interessante é que as ações de ambos têm muito em comum; revelam a insondável ignorância da própria condição. A diferença é que a bebedeira de Seu Werner terá passado na manhã seguinte ao passo que a iráscível embriaguez da deputada só pode ser curada na próxima eleição.

Revoltoso é ver que ela, em sua dita alegria pela absolvição do par, deputado João Magno (PT-MG), encarnou o escárnio, de além daqueles que nela votaram, a toda nação. É como se ela dissesse:
- "Vejam bem cambada de idiotas, o meu amiguinho, recebeu dinheiro do mensalão(R$426.000,00), participou das maracutais e foi absolvido."

Depois da repercussão, a hipocrisia da "mea-culpa":
- "Só posso pedir desculpas e compreensão, pois sou humana e extravaso sentimentos."

Em minha indignação, conjecturei o uso de palavrões condizentes com o impropério da deputada, mas ao final compreendi que este é o retrato atual da política, sem escrúpulos, que não mais responde por suas ações.

Vou ser mais tolerante com o "Seu Werner".