A designer Elora Hardy deixou o mundo da moda para se dedicar a construção de um futuro sustentável em uma ilha de Bali, na Indonésia. Junto a arquitetos da Ibuku, uma empresa de construção conceitual local, projetaram um complexo de construções em um pitoresco vale às margens de um rio; reconhecendo a versatilidade e durabilidade do bambu, que foi escolhido como principal material de construção para o projeto Green Village.

Um dossel de bambu discreto situado entre a paisagem verdejante das montanhas cárticas de Yangshuo, China, perto do conhecido Monte da Lua, oferece uma pausa do sol e chuvas frequentes que assolam a região. Desenhada pela Lllab Arquitetura para performances teatrais ao ar livre, a estrutura cheia de curvas se funde perfeitamente com o ambiente circundante. Touceiras de bambu nativo se alinham no caminho que a copa ocupa, uma vez que a instalação se estende por 140 metros, às margens do Rio Li, que serpenteia as montanhas locais.

O fascínio de Noriyuki Saitoh por insetos desde a infância e a atenção meticulosa aos detalhes transformam delicadas peças de bambu em esculturas intrincadas. Usando uma variedade de materiais de bambu, incluindo papel fino, ele esculpe cuidadosamente a arquitetura de asas de libélulas, pernas de louva-a-deus e antenas de besouros. O artista japonês posa suas obras em escala 1:1 como se tivessem sido capturadas em pleno voo, frequentemente incorporando adereços artesanais como favos de mel ou gravetos como um poleiro temporário.

A japonesinha desbocada que em um programa infantil vespertino manda o Silvio Santos enfiar o bambu é todo um clássico da rede brasileira. Inspirado neste vídeo, dezenas de outros foram criados. Mais de 30 anos depois, a pegadinha continua presente e comentada na TV como neste exemplo em que o programa Pânico descobriu por onde anda aquela japinha atualmente.

Se eu dissesse que o artista japonês Noriyuki Saitoh é um mestre quando se trata de capturar as características anatômicas de pequenos insetos usando apenas bambu estaria cometendo um eufemismo imperdoável. O nível de realismo exibido em suas criações é simplesmente espetacular. Dos bigodes de gafanhotos as asas de libélulas e cigarras, a atenção aos detalhes nos insetos de bambu de Noriyuki Saitoh é algo inacreditável.

Não lhe parece estranho que sendo uma planta tropical renovável e que produz anualmente sem a necessidade de replantio, o bambu ainda não apresenta um grande potencial agrícola? Alimento (o broto é rico em proteínas vegetais, aminoácidos, cálcio fósforo, selênio e vitaminas), fabricação de papel, processamento de madeira e seu uso mais estendido: a aplicação na construção civil. Veja, por exemplo, neste vídeo curtinho uma incrível estrutura artesanal sendo usada para acessar e reparar os templos danificados em Bagan, em Myanmar.

Devido às suas extraordinárias características físicas, o bambu, sobretudo o bambu-gigante (Dendrocalamus giganteus) é adequado para todos os tipos de estruturas e construções. A sua forma circular e as seções ocas fazem do bambu um material de construção leve, fácil de manusear, transportar e armazenar. Em cada um de seus nós, o bambu possui uma parede divisória ou transversal que mantém a resistência e permite a flexão evitando assim a ruptura quando dobrada. Devido a esta característica fantástica, uma construção de bambu oferece resistência a terremotos superior a da alvenaria.

A flauta de bambu tem uma longa história, especialmente na China e na Índia. As flautas fizeram história em discos e obras de arte a partir da dinastia Zhou e as fontes escritas mais antigas revelam que os chineses usavam o hsio (ou xiao, uma flauta de bambu) nos séculos XII a XI a.C., seguida pelo chi no século IX a.C. Destas, o chi é a flauta transversal de bambu mais antiga documentada.

Uma série de estruturas monumentais em espiral com telhados abobadados e varandas com vista para um local de 45.000 metros quadrados em Sibang Kaja, Bali, é uma incursão inovadora na arquitetura sustentável. Desenhado pela empresa de arquitetura e engenharia Ibuku em 2008, "Heart of School" foi levantado com bambu local e grama que, uma vez deteriorada, pode ser facilmente removida, compostada e substituída por materiais semelhantes. A estrutura de vários andares apresenta telhados de palha que evocam conchas nautilus em espiral que ficam no topo de três torres ao ar livre.

Bambu Gila é um ritual místico um pouco estranho realizado nas Ilhas Molucas, um arquipélago da Insulíndia que faz parte da Indonésia, onde um grupo de homens fortes lutam para tentar controlar um pedaço de bambu que se movimenta como um louco como se estivesse possuído por um poder invisível.