Os nukak não tiveram mais opção do que abandonar a selva e assentar na cidade. Desde 2006, depois de serem expulsos de suas terras, tiveram que se acostumar a novos conceitos como o da propriedade privada ou o dinheiro. Agora os nukak makú, considerado o último povo de tradição nômade estabelecido na Colômbia e que sobrevive na miséria, enfrentam um novo desafio: fazer uso dos 2,3 bilhões de pesos (uns 2,7 milhões de reais) depositados em uma conta, correspondente a deslocação que sofreram. |
Os nukak, caçador-coletores que vivem entre os rios Guaviare e Inírida, ao sudeste da Colômbia, tiveram que sair da selva, uma região onde se cultiva a folha de coca, ameaçados por grupos armados, entre eles as Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia (FARC).
Apesar de contar com o dinheiro recebido como indenização outorgado pelo Estado colombiano, não podem utilizá-lo porque a lei não permite. a imprensa cita o prefeito de San José, Efrain Rivera, que explica que para poder fazer uso do dinheiro a comunidade indígena deveria ter uma organização legalmente constituída. Mas os nukak não têm uma organização, nem sequer um líder.
As mudanças que tiveram que enfrentar provocou na comunidade uma atmosfera de tensão e um sentimento de perda de sua cultura. Segundo o prefeito, atualmente estão trabalhando para proporcionar-lhes as condições necessárias para voltar à selva, mas para isso são necessários recursos financeiros.
Os nukak foram contatados pela primeira vez em 1988, quando um grupo formado por 40 indígenas apareceu de maneira inesperada no município de Calamar. Segundo a ONG Survival, aproximadamente 50% do povo morreu durante os anos que seguiram ao contato e ainda seguem vulneráveis as doenças respiratórias agudas, que são para eles a principal causa de mortes.
Survival adverte que os nukak são um dos 65 povos indígenas da Colômbia em risco de extinção física e cultural. Ademais, alerta de que, alienados e sem esperança, muitos consomem drogas e álcool. Prolifera a violência doméstica e o abuso sexual e não são poucos que recorrem ao suicídio.
Após o acordo de paz assinado em 2016 entre o Governo de Colômbia e as FARC, os nukak reclamam agora poder regressar a suas terras ancestrais. Apesar de terem sido reconhecidos como povo indígena em risco de extinção física e cultural por parte da legislação colombiana, não implementaram medidas eficazes que restituam os direitos fundamentais dos nukak, e seguem sobrevivendo em condições de marginalidade, miséria e discriminação com respeito à sociedade não indígena do país.
Fonte: Tiempo.
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