Nós já falamos sobre este assunto, o Butão é o único país do mundo que usa a Felicidade Nacional Bruta para medir seu sucesso, mas apesar de que tenha algumas das mais belas paisagens do mundo, os butaneses não tem nenhuma cara de felicidade, pelo contrário. Sem contar com o turismo caro e hermético. Um pacote All inclusive, sem o valor das passagens, pode custar mais de 50 mil reais, porque o turista tem que pagar o trabalho dos dois guias que vão acompanhá-lo. As acomodações são bem humildes e a comida é ruim. |
Mas parece que o foco do país na felicidade saiu pela culatra, pelo menos por enquanto, já que seus cidadãos estão fugindo em massa.
- "É uma crise existencial", disse o primeiro-ministro do reino, Tshering Tobgay. - "Parece que ganhar dinheiro está em primeiro lugar em relação à 'felicidade'."
Thering explicou que o turismo, do qual o pequeno país depende para obter renda, ainda não se recuperou da pandemia. E embora os cidadãos butaneses possam estar satisfeitos: eles têm assistência médica gratuita e educação gratuita, eles também precisam estar financeiramente seguros. Então, 9% da população fugiu, principalmente para a Austrália, para encontrar trabalho.
Mas essa "situação muito difícil", como Tshering a chama, inspirou um projeto ousado e inovador para mudar as coisas: o rei do Butão, Jigme Singye Wangchuck, planeja reconquistar seus cidadãos construindo uma nova cidade moderna, projetada pelos dinamarqueses, chamada "Gelephu, a Cidade da Atenção Plena".
O turismo só pode fazer até certo ponto e o rei do Butão sabe disso, então ele decidiu criar uma nova cidade no sul do Butão com regras diferentes do resto do país. Será uma tentativa de um novo modelo de desenvolvimento econômico robusto, ao mesmo tempo em que se mantém fiel aos valores butaneses.
Ele recorreu ao arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels para projetá-la. A nova cidade terá bairros aninhados entre os muitos rios da área, conectados por uma série de pontes incomuns. As pontes também funcionarão como edifícios públicos, com uma casa para um centro budista, outra para instalações de saúde e ainda outra para uma universidade. Não haverá arranha-céus, e tudo será construído com materiais locais. O rei disse que o sucesso do projeto moldará o futuro do Butão.
O Butão é conhecido por ser caro e ter controles rígidos sobre o turismo para, segundo uma justificativa dúbia das autoridades do país, preservar sua cultura tradicional e meio ambiente. O Butão cobra uma taxa diária dos turistas para ajudar a financiar projetos de conservação e desenvolvimento ambiental. Em 2022, a taxa era de R$ 1.200 por pessoa por dia, mas foi reduzida para R$ 600 em 2023 depois da pandemia. A taxa é usada para financiar educação e assistência médica gratuitas para os cidadãos.
Os turistas devem pagar taxas de entrada para visitar os principais pontos turísticos, como o Mosteiro do Ninho do Tigre, mas a fotografia é proibida. Os preços não são fixos, então as empresas de turismo podem cobrar o que quiserem. Alguns dizem que o custo extra vale a pena pelo acesso exclusivo a um dos destinos mais bonitos do mundo. Não vale não. Em 2019 acabei sendo expulso do país só porque sai do hotel sem o guia.
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