Por que as amêijoas-gigantes de formato fálico são tão caras?

No Brasil ninguém nem remotamente sabe do que se trata o geoduck (Panopea generosa), que aqui deveria se chamar amêijoa-gigante. O bivalve marinho é nativo das águas costeiras do oeste do Canadá e do noroeste dos Estados Unidos e é a maior amêijoa do mundo, pesando em média 1 kg, mas podendo chegar a 5 kg com até um metro de comprimento. A coisa realmente é bem grande!, Como diria o saudoso Paulo SIlvino.

De fato só mais recentement5e ele se tornou uma sensação nas águas do nordeste americano porque se tornou uma mania nos restaurantes asiáticos. A partir daí receitas começaram a aparecer em blogs de apreciadores de comida, em cardápios de restaurantes, e usuários de mídias sociais e outros meios de comunicação.

Mas todo este alarido tem mais a ver com a sua forma fálica do que com seu gosto: lembra qualquer outro molusco, como marisco de cartiveiro é borrachudo. Esta é mais uma daquelas coisas que as pessoas sem ter uma justificativa para comer inventara que tem gosto umani.


Ao mesmo tempo que se tornou tendência nos EUA a amêijoa-gigante viu seu preço escalar para números absurdos, com s mesmos argumentos comerciais que já bem conhecemos: depende de como e onde foi coletado, por quem e do mercado de geoduck naquele momento em particular.

Definitivamente, há alguns países asiáticos que têm um desejo por culinária estranha -ou o que o ocidental médio pode considerar estranho-. Há sopa de esperma de peixe, globos oculares de atum, escorpiões, testículos e muito mais!

Eles têm estômagos fortes por lá, com certeza. Quando descobriram sobre a criatura atípica e de aparência interessante chamada geoduck, eles ficaram encantados com aquela coisa grandona.

A primeira pescaria de amêijoa-gigante do mundo surgiu na década de 1970; nem todo mundo aderiu e dezenas de toneladas estragaram. No entanto, quando a notícia se espalhou, os chineses começaram a importar geoduck e ficaram obcecados por ele.

Em 2015, Bill Dewey, um americano exportador de frutos do mar para a China afirmou categoricamente que parte disso era aparência fálica.

- "A verdade é que por trás doe todos os tabus, ninguém resiste uma grande pintão", riu ele. - "Uma fera de aparência sexual e há um atrativo nisso: um símbolo de status ser servido com geoduck."

Bill não está errado: os pequenos mexilhões-da-pedra são 10 vezes mais gostosos que os mariscos de cultivo, só dão mais trabalho para limpar.

A negociação de amêijoa-gigante é uma indústria de 50 milhões de dólares, pelo menos, com a maioria dos pedidos indo para a Ásia. Mais de 90% dos geoducks coletados na Colúmbia Britânica são exportados e vendidos para mercados chineses, onde a demanda é enorme, aparentemente devido às suas propriedades afrodisíacas.

Em restaurantes de frutos do mar sofisticados na China, algumas pessoas estão dispostas a pagar até 2000 yuans (1.600 reais) por um geoduck importado da América ou do Canadá.

Nos Estados Unidos, as pessoas pagam em média 50 dólares (290 reais) por quilo, dependendo do mercado, pois é considerado uma iguaria e um item especial, mas, quanto mais ao sul do país, mais caro se torna.

No Brasil o nome português "amêijoa, é pouco difundido. No Sul e sudeste os moluscos bivalves são mais conhecidos como "vongoles", mariscos-pedra, lambretas, sarnambis e os gostosos vermelhinhos berbigões.