Segunda família mais rica de Alemanha doará US$ 11 milhões à caridade porque a fortuna originou-se no nazismo

Não é necessário falar que 11 milhões de dólares para os Reimann é dinheiro de pinga. O caso é que uma investigação jornalística realizada pelo diário Bild concluiu que Albert Reimann e seu filho Albert Reimann Jr. fizeram sua fortuna graças a seus vínculos com os nazistas e submetendo civis russos e prisioneiros de guerra franceses a trabalhos forçados. Na divulgação deste passado sombrio, seus descendentes anunciaram que doarão 11 milhões de dólares à caridade.

O porta-voz da família Reinmann, Peter Harf, cobrando indulgência de crimes de guerra com trocados.

Isso tudo acontece no momento em que o presidente do México Andrés Manuel López Obrador enviou uma carta ao Rei de Espanha e ao Vaticano exigindo uma desculpa pela conquista do México e as violações dos direitos humanos, gerando obviamente enorme polêmica, ridicularização e uma (cada vez mais) crescente polarização. Uma que pode ser extrapolada por nós brasileiros aos portugueses, que usurparam e promoveram atos e demais coisas que hoje qualificaríamos como violações dos direitos humanos.

É verdade que a conquista da América foi um ato de usurpação, massacres (ainda que grande parte foi por doenças contagiosas). Por outro lado, é verdade que a doutrina cristã foi usada como justificativa de conquista -com o fim de evangelizar-, mas também é verdade que as diferentes ordens cristãs e os próprios portugueses que aqui decidiram ficar foram fundamentais para fundar o país e participaram no movimento de Independência de maneira central.

Enfim, hoje somos mais portugueses, holandeses, suíços, alemães, japoneses do que índios e cobrar os portugueses pelo que fizeram e tomaram de nosso país, quando ele nem existia, é praticar a sensação de ofensa sem ração desta geração floco de neve.

Já no caso alemão, o buraco é bem mais embaixo. Segundo declarou Peter Harf, diretor da empresa familiar JAB Holding Company e porta-voz dos Reimann, uma investigação do Bild concluiu e assegurou que pai e filho, já falecidos, deveriam ter morrido na cadeia.

As suspeitas de sua conexão com os nazistas surgiram depois de um relatório publicado em 1978, pelo qual a família, a segunda mais rica de Alemanha, com uma fortuna estimada de 37 bilhões de dólares (144 bilhões de reais), foi motivo de uma nova investigação que chegou aos recentes resultados.

- "Estamos envergonhados e nos posicionamos no muro como alvos. Estes delitos são asquerosos", disse Harf, acrescentando que - "Toda a verdade deve ser colocada sobre a mesa."

De acordo com a reportagem, o vínculo entre Albert Reimann, que morreu em 1945, seu filho, falecido em 1984, e os nazistas começou antes da Segunda Guerra Mundial, quando os empresários fizeram doações à organização paramilitar SS, no começo da década de 1930. Anos depois, em 1941, sua companhia dedicou-se a fabricar artigos para a Wehrmacht e a indústria armamentística.

Depois, durante o conflito bélico, recorreram ao trabalho forçado de civis russos e de outros países de Europa oriental, além de prisioneiros de guerra franceses em suas indústrias químicas. Em 1943, tinham duas mais de duas centenas de pessoas nessa situação, cerca de 30% de seu modelo.

Ademais, em 1940 Reinmann Jr. enviou uma carta às autoridades da cidade de Ludwigshafen, em que se queixou de que os reclusos não estavam correspondendo a produção necessária. Uma vez finalizada a guerra, pai e filho foram "investigados" pelos Aliados e em princípio, França proibiu que continuassem com suas atividades comerciais, medida que foi revogada pelos EUA. Analise os números e tire suas próprias conclusões.