Durante a Grande Depressão, um modismo bizarro e pouco conhecido surgiu nos Estados Unidos: eram as maratonas de dança. Nós já falamos sobre este assunto de forma bem detalhada no post "Dançando até cair nas maratonas de dança dos anos 1920-1930", mas voltamos a ele depois de receber a dica de uma espetacular coleção de fotos que reproduz os estranhos e penosos concurso naquele conturbado período na vida dos americanos. |
Tudo começou por volta de 1923 como competições animadas de resistência, com aspecto lúdico de disputa de prêmios simples como jantares ou entradas para eventos pagos.
Mas contingentemente se transformou em algo bastante obscuro e explorador, logo depois do crash da bolsa em 1929, que resultou na tragédia da Grande Depressão.
Muitas pessoas perderam seus empregos e moradia e, como último recurso, apelavam para os concursos de dança. A maioria dos competidores eram pessoas em dificuldades financeiras, que recebiam abrigo e refeições, desde que se mantivessem dançando, em busca de um prêmio substancial em dinheiro -de 1 a 5 mil dólares, uma pequena fortuna para a época quando o salário médio anual era de 1.200 dólares- para o último casal que conseguisse permanecer em pé. Algo parecido a estas maratonas feitas por concessionárias da atualidade que presenteiam uma motocicleta ao último casal.
As regras variavam de evento para evento, mas muitas competições permitiam cada bailarino tirar breves cochilos e pausas para ir ao banheiro enquanto seu parceiro continuava dançando. Em alguns outros era permitindo cochilar no ombro do parceiro, desde que este o arrastasse de lá para cá.
Isto permitia que as maratonas se estendessem por dias, semanas e até meses. O recorde histórico pertence a "Maratona do Milhão de Dólares do Cais", celebrada de junho a novembro de 1932, absurdos 73 dias e 30 minutos sem parar, em Atlantic City.
Os casais sempre acabavam em estado de calamidade, a ponto de desmaiar, enquanto os promotores dos eventos cobravam uma taxa de entrada para quem quisesse assistir.
E para dar mais espetaculosidade alguns organizadores contratavam casais falsos que participavam da maratona só para criar um barraco na pista de dança, para o delírio do público presente.
Depois de mortes em decorrência da disputa, muitas cidades e estados, horrorizados com a humilhação dos dançarinos e preocupados com a sua segurança, aprovaram leis proibindo para sempre as maratonas de dança.
Hoje, algumas escolas e universidades promovem o trote de novos alunos com maratonas que duram entre 12 e 24 horas, visando arrecadar dinheiro para a caridade.
Fotos: Acervo da Biblioteca do Congresso Americano e Bettmann/Getty Images.
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Comentários
Muito obrigado, Maria Palomino.
Depositei 20,00 na conta indicada.
Não desistam de seu ótimo trabalho!
No período da "Grande Depressão" americana aos que não se suicidaram restou isso. Realmente se analisarmos a História essa foi uma época calamitosa.
MAIS UMA BABAQUICE ESTADUNIDENSE...............