![]() | Dentre todas as competições esportivas que existem, nenhuma se aproxima dos níveis de peligrosidade daqueles que buscam o recorde mundial de velocidade sobre a água. Com uma taxa de fatalidade aproximada de 85% desde 1940, a prova é bem mais que uma competição esportiva. Em realidade, por trás desta modalidade há uma mistura de conceitos e ideias. A primeira, e provavelmente a mais simples de explicar, tem a ver com essa busca incansável do homem por superar recordes anteriores. |

Ademais, o recorde mundial de velocidade sobre a água tem outro recorde relacionado importante para o homem: o de construir o barco ou sistema mais rápido sobre a superfície.
A carreira pelo recorde

Modelo do Spirit of Austrália de 78
Assim como com os carros, existe uma longa história de corredores de embarcações em torno do recorde de velocidade na água que remonta a princípios de 1900. Até 1911, os recordes mundiais na modalidade mantinham-se em sistemas propulsados a vapor e por hélice.
Em 1911, a “motonave” Dixie IV, desenhada por Clinton Crane, converteu-se na primeira movida por gasolina em quebrar o recorde de velocidade na água. Alguns anos antes, Alexander Graham Bell e o engenheiro Frederick W. Baldwin tinham começado a experimentar com motos aquáticas, o que deu em 1919 um novo recorde na modalidade: Baldwin pilotando seu hidroplano HD-4 estabeleceu o tempo de 114 km/h.

A corrida para ser o "mais rápido do mundo" intensificou-se nas décadas de 1920 e 1930, quando Lord Wakefield, o presidente da companhia britânica Castrol Oil, se propôs a levar o prêmio do famoso piloto norte-americano Gar Wood e seu barco Miss America. Em 13 de junho de 1930 conseguiu o sucesso: Miss England II, com Sir Henry Seagrave, atingia uma velocidade de 158 km/h.
O título seria de ida e volta entre Estados Unidos e Inglaterra durante a seguinte década. Dois corredores britânicos morreram antes que Gar Wood recuperasse o título nos Estados Unidos, quando sua nova Miss America X atingiu os 200 km/h com quatro motores de avião Packard em 20 de setembro de 1932.
A década de 1940 foi ummarco na competição. Chegaram os motores a reação e o nível de peligrosidade elevou-se mantendo até a atualidade. Os britânicos e os americanos melhoraram a tecnologia dos motores dos barcos e o desenho do casco nos seguintes 50 anos.
Em realidade, nenhum outro país apresentou um desafio a supremacia no recorde de velocidadea água até 1977, com a chegada de um novo campeão: Ken Darby.
Em 20 de novembro de 1977, um australiano desconhecido, Warby, bateu o recorde mundial parando o cronomentro em 464 km/h usando um sistema que tinha construído em seu quintal e sem patrocinadores (o Spirit of Austrália). Após estabelecer o recorde mundial, Warby encontrou os fundos necessários para melhorar ainda mais o desenho de seu barco e quebrou seu próprio recorde um ano depois com uma incrível velocidade de 511 km/h. Uma barbaridade!
Desde então, o recorde de Warby manteve-se, apesar das muitas tentativas (fatais) por vencê-lo. Dezenas de corredores morreram tentando, como por exemplo o norte-americano Lee Taylor, quem nos 80 e com 45 anos faleceu ao desintegrar-se por completo junto com seu Discovery II propulsionado por foguetes. Contam que o homem ia a 580 km/h no momento do acidente.
Outro caso conhecido foi o de Craig Arfons, filho de Walt Arfons, construtor do primeiro automóvel a jato do mundo. Craig tentou o recorde em seu X Challenger, mas morreu quando o hidroavião deu um salto mortal a 483 km/h.
No entanto, e apesar da alta taxa de mortalidade, o recorde segue sendo cobiçado pelos entusiastas das embarcações e corridas. Se alguma vez você tiver a oportunidade de andar de lancha lancha atingindo sequer os 90 km/h, lembre-se de Warby, que faz quase 40 anos viveu para contar que atingiu os 500 km/h sobre a água. Desde então, ninguém conseguiu superá-lo.
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Comentários
Nossa !!
500 por hora ???
Que gente maluca..
:-o