Os promotores russos decidiram reabrir a investigação sobre o misterioso caso de nove estudantes que morreram em circunstâncias bizarras depois de desaparecerem em uma viagem de esqui em 1959. Os nove morreram misteriosamente depois de fugirem da sua barraca, quase todos apenas com a roupa de baixo. Um tinha fratura no crânio, outro não tinha língua e nem olhos. As circunstâncias permanecem um mistério até hoje. |
Inúmeros artigos, livros e documentários buscaram explicar o destino do grupo do Instituto Politécnico de Ural, que, faz 60 anos, partiu sob a direção de Igor Dyatlov, aluno do quinto ano.
O Incidente do Passo Dyatlov, como ficou conhecido, foi comparado a outros mistérios não resolvidos, incluindo o desaparecimento de Lord Lucan, o aristocrata britânico que desapareceu depois que a babá de seus filhos foi encontrada morta e o navio abandonado Marie Celeste. Ele inspirou muitas teorias ao longo das décadas, mas agora as autoridades pretendem chegar ao fundo de uma vez por todas.
Igor Dyatlov
Ninguém até agora conseguiu descobrir provas sólidas de por que o grupo de esquiadores experientes fugiu de suas barracas em um acampamento remoto enquanto estava parcialmente vestido e descalço. Seus corpos foram descobertos nas semanas seguintes na neve, com vários tendo sofrido ferimentos graves na cabeça.
Os sete homens e duas mulheres partiram na viagem de esqui em 23 de janeiro de 1959. O itinerário de 16 dias visava percorrer 300 quilômetros e cruzar as montanhas do norte dos Urais: Otorten e Kholat Syakhl. O plano era fazer contato por telegrama a partir do ponto final, uma aldeia chamada Vizhay, mas isso nunca aconteceu.
Uma operação de busca foi lançada em 20 de fevereiro e, seis dias depois, a barraca dos alunos, que havia sido rasgada, foi descoberta. No dia seguinte, os corpos de Yuri Doroshenko e Yuri Krivonischenko foram encontrados a pouco mais de um quilômetro de distância. Deitados ao lado das cinzas de uma fogueira, os dois estavam apenas de cueca.
Nos dias que se seguiram, mais três esquiadores foram desenterrados na neve, incluindo Dyatlov, enquanto os quatro restantes só foram encontrados em maio, quando a neve finalmente derreteu.
Equipes de resgate encontram a tenda do grupo abandonada e rasgada.
Uma investigação criminal foi aberta no final de fevereiro, mas fechada três meses depois, tendo concluído que o "poder espontâneo da natureza fora o culpado". A investigação da era soviética permaneceu classificada até a década de 1970.
Para muitos, essa explicação estava longe de ser satisfatória, uma vez que não conseguia explicar por que os aventureiros correram para o frio congelante apenas de roupas íntimas e sem sapatos. Tampouco abordou por que vários membros do grupo estavam com ossos e crânios quebrados.
Evidências sugerem que o grupo foi obrigado a deixar o acampamento durante a noite, quando já estavam dormindo. Embora a temperatura estivesse baixa -por volta de -25° a -30°C-, com nevasca e fortes rajadas de vento, os mortos estavam apenas parcialmente vestidos. Alguns usavam apenas um sapato, outros usavam somente meias. Outros, quando encontrados, estavam enrolados em pedaços de roupas rasgadas, possivelmente arrancadas daqueles que já haviam morrido.
Cerca de 75 teorias foram apresentadas, de acordo com a promotoria, incluindo uma abdução alienígena. Outra sugere que eles foram mortos por membros do povo Mansi, para quem as montanhas eram espiritualmente simbólicas. Outros ainda afirmaram que a cena foi montada para encobrir detalhes de um programa secreto de testes de armas. No entanto, as novas investigações se basearão apenas em três teorias consideradas as mais prováveis.
- "Todos elas estão de alguma forma relacionadas com fenômenos naturais", disse Alexander Kurennoi, representante oficial do Procurador-Geral da Rússia.
- "O crime está fora de questão", disse ele, acrescentando que: - "Não há uma única prova, mesmo indireta, para favorecer essa versão relacionada a qualquer crime. Foi uma avalanche, neve ou um furacão."
De fato, Kurennoi confirmou em vídeo postado em um site oficial russo, que parentes, mídia e público ainda pedem aos promotores para determinar a verdade e que não omitam suas suspeitas de que algo estava sendo escondido deles.
Durante uma conferência de imprensa, um porta-voz do escritório do promotor para a região de Sverdlovsk revelou um volume de 400 páginas de material do caso original.
Arquivos da investigação vistos durante a conferência de imprensa
Os promotores também esperam contar com a ajuda de amigos e familiares dos falecidos, bem como da tecnologia moderna, que não estava disponível na época.
Andrei Kuryakov e jornalistas durante uma conferência de imprensa sobre a reabertura da investigação sobre o Incidente do Passo de Dyatlov.
Curiosamente, para a opinião pública as teorias com base em causas naturais são as que cobram menos força. Embora inicialmente populares, foram questionadas desde então com várias evidências que contradizem postulados baseados em um furacão, neve ou avalanche.
Principalmente porque Dyatlov era um esquiador muito experimentado nos Urais e Alexander Zolotaryov estava fazendo seu mestrado em instrução de esqui e caminhadas na montanha. Nenhum desses dois homens teria acampado em um lugar que estivesse no caminho de uma potencial avalanche ou propícia a um deslizamento de neve.
A hipótese mais sensacionalista (e mais popular) foi levantada por um documentário chamado "Russian Yeti: The Killer Lives", produzido pelo Discovery Channel em 2014, que explora a teoria de que o grupo de Dyatlov morreu nas mão de um ieti russo, utilizando a premissa de que os ferimentos dos esquiadores eram tão violentos que apenas uma criatura com força descomunal poderia tê-los causado.
Os céticos do ieti, porém, alegam que os esquiadores não saíram pela porta da barraca porque ela bem podia estar obstruída pela neve. Também não saíram correndo de cueca porque viram a criatura peluda, senão que com medo de serem soterrados vivos sob toneladas de neve e correram para a segurança da floresta próxima, onde as árvores ajudariam a diminuir a neve que se aproximava.
Na escuridão da noite eles se separaram em dois ou três grupos, um fez uma fogueira, enquanto os outros tentavam retornar à barraca para recuperar suas roupas, já que o perigo aparentemente havia passado. E todos eles congelaram até a morte antes que pudessem localizar sua tenda na escuridão.
Alguns também postulam que o grupo de quatro pessoas, cujos corpos ficaram severamente destroçados, foram pegos por uma avalanche e enterrados sob 4 metros de neve, o que é mais do que suficiente para explicar a "força descomunal". A língua e os olhos ausentes provavelmente foram comidos por predadores comuns. Mas o grande problema deste quebra-cabeça é que a cada nó atado acaba desatando outro, ou mais outro.
De qualquer forma, nesta semana os promotores devem voar para o local, e uma série de especialistas e equipes de resgate estarão envolvidos na investigação. Os especialistas conduzirão exames diferentes, incluindo uma investigação forense, que ajudará a preencher vários vácuos do caso. E, talvez, depois de 60 anos saibamos o que realmente ocorreu naquele fatídico dia.
Fonte: CNN.
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Comentários
1 - Ouviram um barulho alto (trovão, avalanche em local próximo ou até o teste de mísseis que alegam que ocorreu)
2 - Correram do jeito que estavam, os de trás, no desespero cortaram a barraca pra saírem mais rápido
3 - Fugiram até as margens de uma floresta, alguns improvisaram uma fogueira e outros subiram em uma árvore pra fugir da "avalanche" (encontraram restos humanos no tronco, provavelmente das mãos congeladas dos que tentaram subir)
4 Cairam da árvore (provavelmente pq estavam congelando) 2 morreram (inclusive os outros chegaram a colocar galhos para cobrir os corpos)
5 Um ou mais se machucaram seriamente na queda (caíram na neve, logo não houve arranhões ou marcas externas, mas explica os ferimentos internos como costelas quebradas e traumatismo craniano identificados na autópsia)
6 Os que sobreviveram pegaram o pouco das roupas que os que morreram estavam usando e tentaram ou voltar pra barraca (a mulher que teve a língua e olhos comidos pelos predadores naturais) se perderam (outros 2) ou tentaram se proteger em um abrigo cavado na neve (outros 4 encontrados no final).
Não tem mistério gente, só tem essa "aura" toda pq o povo QUER que seja algo sobrenatural.
Até uma das peças de roupa com radiação alfa (se não me engano) detectada tem explicação. A camisinha (sim, é esse o nome) dos lampiões emite um pouco dessa radiação.
Ah, e a pele "alaranjada" dos corpos é simplesmente o processo natural de mumificação pelo frio.
É só pesquisar um pouco que tudo se encaixa.
(recomendo o vídeo no canal Assombrados no Youtube sobre esse assunto, eles dão muitas informações, depois é só juntar os pontos, o que eles infelizmente não fizeram, pq não é difícil).