Stein Arvid Huseby, natural de Karmøy , na Noruega, só conseguiu se formar no ensino médio aos 24 anos em uma escola secundária cristã em Trondheim. Isso foi um pouco tarde, porque ele havia passado alguns anos na prisão por uma variedade de crimes, a maioria das quais envolvia apontar uma arma para as pessoas. Agora, ele tinha uma questão a discutir com a nação sobre a maneira como eles tratavam os ex-presidiários. E ele imaginou que a melhor maneira de fazer com que o público entendesse suas queixas era apontar uma arma para as pessoas. |
No dia seguinte à formatura, em 21 de junho de 1985, ele comprou uma arma e embarcou em um voo para Oslo. Ninguém viu a arma na segurança porque não havia segurança. Isso era 1985, e embora o mundo estivesse gradualmente mudando para fazer revista dos passageiros em busca de armas, a Noruega ainda não havia visto um único sequestro.
Se alguém sequestrasse um avião e o desviasse para algum lugar novo, isso desperdiçaria algumas horas do tempo de todos, mas verificar cada passageiro em cada voo em busca de armas poderia desperdiçar ainda mais tempo.
No ar, Stein apontou sua arma para uma aeromoça e ordenou que o avião pousasse em Oslo conforme planejado, revelando que tinha um objetivo em mente além de alcançar um novo destino. Ele iria manter as 120 pessoas no avião como reféns, tanto com sua arma quanto com explosivos que ele plantou nos banheiros -ele estava mentindo sobre os explosivos-.
Suas exigências eram fazer uma declaração política e conversar com o primeiro-ministro Kåre Willoch, a ministra da Justiça Mona Røkke e com a imprensa, para falar sobre como a sociedade lidava com as pessoas depois de liberá-las da prisão.
Possivelmente, cometer novos crimes não era a melhor maneira de gerar simpatia pública por sua causa, mas Stein não pensou nisso. Possivelmente, isso foi porque ele estava bêbado.
O jovem tomou cerveja durante todo o voo, e com o avião já no aeroporto de Oslo, Fornebu, tinha total controle sobre o suprimento de cerveja restante do avião. Ele bebeu tudo, enquanto a polícia no local tentava negociar com ele.
A aeronave estacionou em um local a 700 metros do terminal e foi imediatamente cercada por forças especiais da polícia. Dois oficiais com treinamento especial foram colocados na torre de controle, onde negociaram com Stein. Fornebu foi fechado e o tráfego aéreo foi redirecionado para o Aeroporto de Oslo, Gardermoen.
Após uma hora, os negociadores conseguiram que ele soltasse 70 reféns em troca de que a aeronave fosse movida para mais perto do terminal. Trinta minutos depois, Huseby liberou os passageiros restantes. Ele bebeu durante todo o incidente e, às 17h30, após consumir o estoque de cerveja do avião, entregou sua arma em troca de mais cerveja. O avião foi imediatamente invadido e Stein preso... bêbado como um gambá.
Durante o processo judicial, Stein afirmou que queria ajuda da sociedade e atenção à sua causa. Afirmou que se arrependia de ter feito isso através de um sequestro, dizendo que tudo o que queria era enviar uma mensagem ao ministro da justiça e ao primeiro-ministro que precisava de ajuda, e que não pretendia que os outros passageiros tomassem conhecimento das suas ameaças.
Durante i julgamento, seu advogado de defesa argumentou que Stein Husby não executou um sequestro na acepção da lei, mas sim fez reféns, o que resultaria em uma sentença menor. Os psicólogos nomeados pelo tribunal afirmaram que ele teve uma educação difícil e foi definido como alcoólatra aos 17 anos. Eles consideravam que ele tinha habilidades subdesenvolvidas para tomar decisões racionais e problemas de saúde mental. Afirmaram também que ele cometeu atos criminosos por causa de sua má autoimagem.
Nada justifica, mas a história de Stein Arvid Huseby fora bastante complicada até ali. Ele foi espancado e abusado por seu pai, e começou a beber aos 13 anos de idade. Perdeu o emprego de marinheiro por embriaguez e foi internado em uma instituição psiquiátrica em 1980, aos 19 anos.
Em 1983, foi admitido na escola cristã e conseguiu ficar dois anos longe do álcool, mas começou novamente pouco antes do incidente. Ele afirmou que estava com medo de perder seus amigos devido ao uso indevido do álcool.
Em 29 de maio de 1986, As autoridades condenaram Stein a três anos de prisão e cinco anos de vigilância preventiva, onde ele devia se apresentar a polícia a cada semana, fazer trabalhos comunitários, frequentar o AA e não se ausentar de Trondheim, mas ele cumpriu apenas dois antes de ser solto. Dessa vez a imprensa queria falar com ele, mas Stein decidiu não fazer nenhuma declaração e tomou chá de sumiço.
Curiosamente, a partir dos anos 90, a Noruega mudou todo o seu sistema prisional, e agora eles são conhecidos pelas prisões mais "humanizadas" do mundo, levando ex-presidiários à menor reincidência de crimes do mundo. Não temos fontes oficiais dizendo que isso foi uma resposta à cruzada de Stein, mas também não temos fontes dizendo que não foi.
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