Os corvos são alguns dos |
No experimento, Kaeli foi a um parque de Seattle e levou milho para alimentar os corvos, que não duvidaram em aceitar a oferta e a comer muito animados. Pouco depois regressou, mas usando uma máscara e uma peruca, além de um corvo morto e dissecado. Imediatamente os corvos começaram a grasnar como loucos voando e posando sobre as árvores, alertando de uma ameaça. Sem dúvida, tinham notado a mulher e o cadáver de um dos membros de sua espécie.
Dias mais tarde a pesquisadora regressou ao mesmo lugar sem a máscara e com mais milho, e os corvos, ainda que tenham comido, já fizeram com cautela e demoraram bem mais em se aproximar. Era como se o lugar exato em que viram um ser humano com um corvo morto tinha sido declarado pelo grupo como "zona de perigo".
No entanto, o mais surpreendente é que semanas mais tarde Swift regressou com a máscara e a peruca, mas sem nenhum animal dissecado. Quando um corvo a viu começou a grasnar e imediatamente outros corvos fizeram o mesmo. Eles a reconheceram, assegura a pesquisadora, que explica que felizmente para ela este grupo não era agressivo, dado que os corvos são rancorosos e podem tomar ações contra aqueles que sentem como ameaças.
Mais que um "funeral" tradicional como o que fazemos, os corvos aprendem com a morte de um deles, relacionando a com o possível fator que a ocasionou -seja outro animal, uma pessoa ou um cabo de alta tensão, por exemplo-, e se mantendo alerta ante a ameaça. Não por nada em diferentes mitologias, como a nórdica, os corvos são relacionados com sabedoria e memória.
Só para se ter uma ideia, os corvos podem retaliar uma pessoa durante anos. Em 2016, quando caminhava pelas ruelas de Sumela, no estado indiano de Madhya Pradesh, Shiva Kewat viu um filhote de corvo em apuros preso em uma rede. Apesar de seus melhores esforços para livrar o filhote de sua agonia, o pássaro acabou morrendo em sua mão.
Shiva não percebeu de imediato, mas pelo menos um outro corvo, possivelmente a mãe, viu a cena e assumiu que o homem matou o filhote. Naquele mesmo dia ele recebeu duas bicadas na cabeça, mas não ligou uma coisa com a outra, até que no outro dia ocorreu outro ataque desta vez perpetrado por um grupo. Desde então ele passou a andar com uma vara na mão para afastar seus bicos e garras afiados.
Há muito os ornitologistas sabem que, embora sua ideia de vingança possa não ser tão complexa quanto a nossa, os corvos têm uma tendência documentada a realizar ataques únicos ou coordenados contra seres humanos que percebem como ameaça. Shiva passou 5 anos sendo fustigado pelas aves e ainda hoje costuma manter um olho nos céus.
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