Aumenta a tensão entre EUA e China pelo caso Google

A tensão entre Estados Unidos e China com respeito aos casos de censura na Internet recrudesceu. Depois do ataque ao Google orquestrado a partir do interior da China, Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, pediu insistentemente às companhias norte-americanas a se rebelar na contramão das demandas dos países que promovam a censura e a espionagem na rede.

Depois de denúncias de que inclusive órgãos governamentais chineses estariam envolvidos com o ataque a Google, explorando uma falha grave no Internet Explorer, Hillary fez um discurso afirmando que as empresas devem ter um papel proativo nas nações que restrinjam o acesso à informação. Obviamente, qualquer alusão aos chineses não é mera coincidência.

Mas o gigante asiático não ia ficar de braços cruzados. A China levantou a voz e acusa a Estados Unidos de hipocrisia e de iniciar uma guerra cibernética contra o Irã, informando que em junho de 2009, a Secretaria de Estado americano solicitou ao Twitter que modificasse seu horário de manutenção, de maneira que este coincidisse com a manhã no Irã. Deste modo, o serviço ficaria atrasado por algumas horas e impossibilitaria a coordenação dos protestantes através da rede social.

"Tememos que, aos olhos dos políticos americanos, só a informação controlada pela América é informação livre, só as notícias reconhecidas pela América são notícias livres, só o discurso aprovado pela América é discurso livre, e só o fluxo de informação que apoia os interesses americanos é fluxo de informação livre".

Quando a Google, na semana passada, informou que estaria ventilando a possibilidade de fechar seus escritórios na China, parecia uma pequena "birrinha" que seria logo resolvida em uma queda de braços amigável; afinal resultava difícil acreditar que a empresa saísse do maior mercado consumidor do mundo. O problema é que o desentendimento acendeu o estopim de uma disputa entre os dois gigantes mundiais e apesar do poderio americano, os chineses deram claras mostras que não vão se curvar a nenhuma intromissão em sua política interna. Qual será o próximo round?

É muito difícil opinar quem está certo nesta briga em meio a troca de acusações, mas de uma coisa só eu tenho certeza: o eminente tráfego WEB de grandes sites chineses estão na iminência de criar um grande colapso na rede, simplesmente por não obedecerem os seus padrões atuais. Como exemplo, cito a visita do (maldito) robot Baidu (site de busca chinesa) ao MDig toda tarde entre as 18:00 e 20:00 deixando nossos servidores totalmente estáveis, apesar de que o site tenha configurações padronizadas que informam a este buscador que (por favor) não indexe o nosso conteúdo, ele ignora solenemente.