China monopoliza 95% dos minerais raros para a produção tecnológica

Quase sempre que se fala do crescimento tecnológico chinês, referimos-nos a sua mão de obra barata ou sua capacidade industrial. No entanto, outro componente crucial no desenvolvimento do gigante asiático que poucos sabem deve-se a sua riqueza mineral: 95% dos minerais raros empregados para a produção de qualquer tecnologia saem das minas chinesas.

A mina de Baoutu, na região autônoma da Mongólia Interior, exporta anualmente 120 mil toneladas de minério anuais pois produz cerca da metade do consumo global de minerais raros como:

• neodímio: discos rigídos, leitores de CD e DVD; turbinas eólicas; auriculares doiPod.
• lantânio: lentes óticas para câmeras digitais.
• európio: Telas de TV de plasma.
• lantânio e cério: Pilhas NiMH.
• lantânio e neodímio: bateria do motor elétrico de carros.
• neodímio e térbio: lâmpadas de baixo consumo.
• disprósio: motores elétricos.
• érbio: fibra ótica.

Isto me lembra um pouco o caso da exploração do coltan. Para contextualizar, a guerra do coltan é um conflito bélico na República Democrática do Congo, país que possui 80% das reservas globais deste mineral. O coltan é utilizado em praticamente todos os aparelhos eletrônicos: celulares, GPS, satélites artificiais, armas tele guiadas, televisores de plasma, etc. O conflito no Congo é alimentado pelas multinacionais, e inclusive especula-se muito que o governo fomenta às guerrilhas em troca de contratos de mineração.

Sirva o exemplo do coltan para ilustrar o papel estratégico que têm os minerais raros para a indústria global. As potências entendem que controlar os recursos da produção tecnológica é uma garantia de poder no futuro. O Estados Unidos entende que depender de outra nação (sobretudo da China!) é comprometer seu futuro hegemônico. Portanto, os norte-americanos estudam retomar a exploração de jazidas em seu solo para terminar com a dependência, ainda que represente um custo econômico elevado. No entanto, o custo no futuro seria maior que o investimento atual.