A 5 minutos do fim do mundo

A ameaça nuclear e a mudança climática que adiantam a hora do fim do mundo está simbolizado num relógio que se encontra na Universidade de Chicago, criado há 50 anos, com participação de Albert Einstein, ante o temor de uma guerra nuclear, onde 24:00 simboliza o fim do mundo. Hoje estamos a cinco minutos da meia-noite, mas em 1953 estivemos a somente dois.

Os cientistas nucleares que ajustam o "Relógio do Julgamento Final" adiantaram seus ponteiros para advertir o mundo que há um grande risco de hecatombe atômica ou climática. É a quarta ocasião desde o fim da Guerra Fria em que o relógio é adiantado.

Inicialmente seus ponteiros marcavam as 23:53 horas, a sete minutos da meia-noite do eventual dia do Apocalipse, e desde então foi adiantado atrasado 18 vezes, incluída esta última. Nesta ocasião, os cientistas decidiram adiantar dois minutos, de 23:53 para 23:55. As razões que levaram a esta mudança são as crescentes preocupações sobre uma Segunda Era Nuclear marcada por graves ameaças como as ambições nucleares do Irã e Coréia do Norte ou os materiais atômicos Russos sem garantia de segurança em seu enriquecimento. O mais inovador desta vez é que os cientistas alertam também que os perigos que propõe a mudança climática são quase tão graves como os das armas nucleares.
- "Os cidadãos do mundo, temos a obrigação de alertar à opinião pública dos riscos desnecessários que vivemos a cada dia, e dos perigos que prevemos se os governantes e a própria sociedades não intervirem para inutilizar as armas nucleares e evitar uma maior mudança climática." - Disse o famoso cientista britânico Stephen Hawking. E acrescentou:
- "Como cientistas, compreendemos os perigos das armas nucleares e seus efeitos devastadores, e estamos estudando como as tecnologias e atividades humanas podem afetar o clima de forma a mudar para sempre a vida na Terra."

O anúncio da mudança da hora foi realizada numa conferência de imprensa celebrada, pela primeira vez, de forma paralela em Washington e em Londres, onde participaram estudiosos e cientistas das duas orlas do Atlântico. Um deles, o presidente da Royal Society de Londres e reconhecido professor de cosmología e astrofísica, Martin Rees, assinalou que, ainda que as armas nucleares seguem sendo a ameaça mais imediata e catastrófica para a Humanidade, a mudança climática também tem o potencial de acabar com a civilização tal e qual como a conhecemos hoje.

A posição dos ponteiros do "Relógio do Julgamento Final" é decidida por um conselho de diretores, conhecido como "Boletim dos Cientistas Atômicos" , em consulta a seu conselho de patrocinadores, do que fazem parte 18 laureados com o prêmio Nobel. Já estivemos várias vezes bem próximo da meia-noite do dia do desastre. O mais próximo foi em 1953, dois minutos, quando os EUA(sempre eles!) ameaçavam explodir pela primeira vez uma bomba de hidrogênio.

Em 1972, o relógio foi atrasado a 12 minutos, depois da assinatura do acordo de limitação de armas nucleares estratégicas. Em 1988, foi ajustado a seis minutos e em 1990 as mudanças no Leste Europeu permitiram atrasar até dez minutos o início do fatídico dia. A última vez que o relógio foi ajustado foi em em fevereiro de 2002 depois dos atentados do 11 de setembro do ano anterior nos EUA.